EVERSON BOECK
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Até o final deste mês a Prefeitura de Santa Cruz do Sul, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, pretende inaugurar uma Casa de Passagem destinada às mulheres vítimas de violência. O local terá um atendimento executado por uma equipe multidisciplinar com diversos profissionais como psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, cuidadores e um coordenador da Casa.
A diretora para Assuntos da Mulher da pasta, Vera Oliveira Hammes, explica que o atendimento a este público já é feito pelo Município há bastante tempo, porém era um desejo do governo ter este espaço. “Desde o ano passado o projeto existe e agora vai sair do papel. A inauguração depende apenas da construção das normas de convivência que vão regular os serviços, pois a casa já está estruturada e pronta para funcionar”, revela.
Vera destaca que o serviço de proteção às mulheres vítimas de violência já é realizado há muito tempo através dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), porém agora estas mulheres terão um local mais adequado para terem um acompanhamento e serem reinseridas no meio social. “Elas poderão e deverão cumprir suas tarefas diárias e levar uma vida normal, pois a Casa não deixará de representar uma proteção”, salienta a diretora.
O local terá estrutura para receber até dez mulheres, sendo que em alguns casos os filhos poderão ser acolhidos. Em relação às agredidas, o CREAS é que terá a função de identificá-las e determinar quem vai para o local. O acolhimento destas mulheres também é variável podendo ser emergencial, de 72 horas, quando recém violentada até que um profissional possa avaliar a gravidade da situação, ou prolongado de até 120 dias.
Conforme Vera, a Delegacia da Mulher informou que registra aproximadamente 100 ocorrências por mês de violência contra a mulher, na maioria dos casos por lesão corporal e ameaças. “É um número muito alto, imagine os casos que não são conhecidos”, lamenta.
O secretário de Desenvolvimento Social, José Osmar Ipê da Silva, considera que a realização deste projeto representa um avanço muito grande para os profissionais e as atendidas. “É um trabalho de muita luta que agora podemos estampar de direito e de fato. Teremos um local mais adequado para melhor atender e amparar estas mulheres”, ressalta.
ROLF STEINHAUS
Vera: “Casa não deixará de representar uma proteção”