Luciana Mandler
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O retorno das aulas presenciais nas escolas estaduais está previsto para começar no dia 13 de outubro, inicialmente com as turmas do Ensino Médio. No dia 28, devem retomar alunos do Ensino Fundamental, anos finais (6º ao 9º ano) e no dia 12 de novembro, dos anos iniciais (1º ao 5º ano). No entanto, equipes diretivas de 19 educandários de Santa Cruz do Sul reivindicam a retomada das atividades sem as devidas condições e segurança necessária para atender os estudantes.
Preocupados, há cerca de duas semanas, os diretores se reuniram para elaborar uma Carta Conjunta, que aponta 15 aspectos práticos relacionados ao retorno presencial das aulas nos estabelecimentos de ensino, fazendo uma alerta para a comunidade escolar.
Segundo o vice-diretor da escola Felippe Jacobs, Renato José de Araújo, diretores, professores e funcionários não são contra a retomada das atividades. Pelo contrário, todos querem a volta, porém, de forma segura. “Com a garantia do Estado da realização de todas as medidas de prevenção e de protocolos seguros, por ele construídos, como os procedimentos de testagem que devem ser obrigatórios para todos os alunos, professores e funcionários”, exemplifica.
Entre os 15 pontos elencados, o diretor do colégio Monte Alverne, Nelson Jandrey, destaca ainda que as direções exigem do Estado que cada escola passe por análise e laudo técnico realizados pelas autoridades sanitárias competentes, pois a responsabilidade técnica pela abertura das escolas não dever ser da direção e dos membros do COE-E Local, por não estarem capacitados tecnicamente para isso. “Queremos que alguém nos oriente. Que nos diga o que precisa ser mudado, como deve ser feito”, diz.
O que também preocupa as equipes diretivas é que o número de servidores para a higienização e sanitização, conforme exigem os protocolos sanitários, não são suficientes nas escolas. “Inclusive essa demanda já foi encaminhada à CRE”, aponta Araújo.
Outra queixa é que nenhuma escola recebeu até o momento os itens de higiene que constam na lista enviada pela 6ª CRE para cada educandário. Entre os itens estão: máscaras, álcool gel, termômetro, água sanitária, detergente, papel toalha, tapetes e multiuso. Além disso, os diretores avaliam que a quantidade proposta para ser enviada é insuficiente e não vai dar conta das necessárias garantias para um retorno seguro e a continuidade futura das atividades pedagógicas.
Renato Araújo e Nelson Jandrey ainda salientam que os professores terão jornada dupla, o que os deixam apreensivos. “Pois terão que atender os alunos que vão estar na escola, bem como aqueles que vão estar em casa, já que o retorno será de forma escalonada”, ressalta Araújo.
Cópias do documento foram encaminhadas no fim da semana passada aos veículos de comunicação, após terem sido entregues ao coordenador da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Luiz Ricardo Pinho de Moura, na terça-feira, 29 de setembro, e para a promotora de Justiça, Vanessa Saldanha de Vargas, através de uma videoconferência, onde os temas foram pautados na quarta-feira, 30 de setembro. Estes itens e os demais podem ser acessados no site do Riovale Jornal, na íntegra.
Escolas em que diretores assinam a carta:
Gaspar Bartholomay; Bruno Agnes; José Wilke; Monte Alverne; Sagrada Família; Ernesto Alves de Oliveira; Professor Affonso Pedro Rabuske; Felippe Jacobs; Professor Luiz Dourado; Petituba; Goiás; José Mânica; Santa Cruz; Willy Carlos Fröhlich; Alfredo José Kliemann; Guilherme Simonis; Nossa Senhora do Rosário; Nossa Senhora da Esperança; e Nossa Senhora de Fátima.