Guilherme Athayde
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Os animais possuem todo o amor do mundo: eles são fieis, carinhosos e uma excelente companhia. Porém, é preciso tratá-los com dignidade, amor e respeito. Os pets, sejam cães, gatos ou qualquer outro animal que não seja silvestre e possa conviver com humanos, podem encher de alegria o local onde são acolhidos, mas, muitas vezes, a sociedade falha com estes seres cheios de amor para dar.
É quando entra em cena o trabalho árduo de diversos protetores. Alguns deles são anônimos, enquanto outros, reunidos em organizações, realizam um trabalho voluntário de extrema importância, que engloba não apenas a ética e a empatia do ser humano com outros seres vivos, como também a questão de saúde pública, evitando a proliferação de doenças através de animais abandonados.
A organização não-governamental (ONG) Protetores de Santa Cruz foi fundada em 2012 com o objetivo de dar conforto a seres que foram negligenciados pelos humanos. Desde então, foram incontáveis salvamentos que todos os meses retiraram um grande número de animais das ruas. Atualmente, a entidade possui cerca de 40 cães sob sua responsabilidade. Com cinco colaboradores voluntários em sua diretoria, tem contas a pagar em abrigos e clínicas veterinárias e para isso necessita do apoio da comunidade e da parceria com empresas.
Para reduzir custos e aumentar sua capacidade de auxiliar os animais indefesos, a ONG trabalha para ter o seu próprio espaço e deixar de gastar com abrigos particulares pagos. A construção de seu espaço já tem endereço: Corredor Frey, em Santa Cruz. Segundo a voluntária Sabrina Vargas, que participa da entidade desde 2012, o sonho da sede própria começou em 2021 com a doação de um terreno pela Prefeitura.
“Aí começamos a botar no papel, pois, se a gente tem um lugar pra eles, conseguimos fazer essa quarentena. Um animal resgatado na rua não é imediatamente disponibilizado para adoção, ele passa por atendimento veterinário, fica isolado, pois a gente não sabe o histórico desse animal. A nossa sede seria para isso, não para ser um canil ou depósito de animais e sim um lar de passagem, fazer vacina, castração e então encaminhar para um lar”, explica Sabrina.

APOIO DA COMUNIDADE
Para a construção do espaço, há um orçamento de R$ 110 mil apenas com mão de obra e ONG precisa de auxílio da comunidade para arrecadar o dinheiro e também o material que será empregado na obra. O projeto arquitetônico foi feito em parceria com o arquiteto Imeon Martins Machado, da empresa 8000 Arquitetura & Execuções. Agora, a Protetores faz uma campanha de arrecadação de recursos ou materiais de construção. Depois de conquistada a verba, a previsão é de que a obra dure cinco meses, com expectativa de conclusão ainda em 2025.
O principal canal para entrar em contato e ajudar a entidade é através da internet. “O contato com a ONG é sempre através das redes sociais Instagram e Facebook. A gente não tem telefone nem endereço. Se alguma empresa quiser doar material de construção ou uma família que está construindo e sobrou material, pode entrar em contato para verificar o que a gente precisa”, destaca Sabrina. Para auxiliar na busca por recursos, um bingo beneficente está marcado para o dia 6 de abril, às 14 horas, no Clube dos Subtenentes e Sargentos, na Rua José Pedro Fröhlich, 135, Bairro Piratini. A cartela custará R$ 3,00.
Quem adotar um animalzinho também estará contribuindo com a ONG. Segundo a voluntária Isadora Bencke, os interessados podem conferir as fotos dos pets nas redes sociais da Protetores de Santa Cruz e, após uma entrevista para confirmar a possibilidade de adoção, os novos tutores recebem auxílio com os primeiros cuidados. “A gente disponibiliza a castração gratuita e, quando é filhote, a primeira dose de vacinação, já para incentivar que o tutor siga o protocolo de vacinas”, explica.
Formas de ajudar
•Adotando: entre em contato e faça seu cadastro
•Com dinheiro, através do Pix da ONG Protetores, CNPJ 25.332.027/0001-02
•Com doação de materiais como ração, cobertores, remédios ou outros utensílios para uso animal
•Redes sociais: Instagram @ongprotetoresdesantacruzdosul e Facebook @ProtetoresDeSantaCruzDoSul
Fique ligado: abandono é crime
Quando um cão ou gato é visto perambulando sozinho pela cidade, na maioria das vezes existe alguém que cometeu o crime de abandono, cuja tipificação prevê punição com até cinco anos de cadeia. Deixar um animal à própria sorte pode ter agravantes quando realizado com o uso de um veículo. Além de ser um ato de maldade, constitui infração gravíssima de trânsito, com multa e apreensão do veículo. O crime de maus-tratos muitas vezes pode ser adicionado, o que também pode render até cinco anos de prisão para os responsáveis, com pena aumentada em até um terço em caso de morte do animal.