Grasiel Grasel
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Desde o início da quarentena imposta pelos decretos de calamidade pública de março, diversas entidades assistenciais se uniram para levar alimentos, agasalhos e outras doações para famílias em situação de vulnerabilidade social. No entanto, um destes grupos lembrou que muitos alunos que passam por tais vivências também não podem comprar materiais escolares para voltarem a estudar, criando, assim, uma campanha para arrecadação destes produtos.
O esforço é uma parceria entre Associação de Projeto Educacional e Social para Crianças e Adolescentes (Aesca), Rotary Club de Santa Cruz do Sul, Metta Papelaria e Panda Social Media. Ela é liderada pelo estudante da rede estadual de ensino, Yago Krüger Calabresse, pela empresária Irla Oliveira e pela monitora da Aesca, Cristina Dutra.
Vendo as aulas retornarem no mês passado, Cristina percebeu que os alunos acolhidos na Aesca estavam recebendo uma proporção de trabalhos e temas bastante elevada, o que a levou a concluir que muitas famílias em situação de vulnerabilidade social não conseguem garantir o material escolar dos filhos. Segundo ela, a quarentena imposta pela pandemia só viria a piorar a situação de santa-cruzenses que já sofriam com a falta de ter o que comer.
A Aesca é uma associação que atende cerca de mil crianças em situação de vulnerabilidade social e, com isso, a entidade se deparou com uma queda na arrecadação de materiais escolares que costumava receber. Para solucionar o problema, a monitora decidiu propor uma campanha que beneficiasse não apenas a entidade, mas também escolas das redes municipal e estadual.
A meta é arrecadar 3 mil kits escolares, que terão os excedentes do total necessário para suprir a demanda da Aesca doados para a rede estadual e municipal de educação. Segundo Dutra, a 6ª CRE, responsável pelas escolas estaduais locais, já foi comunicada e deverá apresentar uma relação da necessidade das instituições. O mesmo deverá ocorrer com a Secretaria Municipal de Educação.
Segundo Cristina, contar com a representação de um aluno e de uma empresária é importante para entender as necessidades e contribuições de cada lado e otimizar a efetividade da campanha. “Se as aulas voltarem hoje, eles não têm caderno, não têm lápis, não têm nada novo. Se não tiver usado, fica sem estudar”, afirma. De acordo com ela, a entrega dos materiais será realizada no dia 17 de agosto.
Para atingir os objetivos da campanha, a monitora afirma ser necessário que os professores ajudem na divulgação, bem como apela aos empresários da comunidade santa-cruzense que ajudem com doações. “A situação financeira é complicada para todo mundo, mas se eu doar pelo menos um kit, vai ser mais um jovem educado para ser um trabalhador informado no futuro”, diz Dutra.
Como as necessidades dos alunos em cada fase escolar é diferente, serão confeccionados kits específicos para estudantes da pré-escola, ensino fundamental e ensino médio. Para tanto, a campanha está arrecadando valores por depósito bancário na conta da Metta, pelo Banco do Brasil, agência 2776-6, conta 24352-3, CNPJ 02650080/001-56 ou compra direta na sede da papelaria, na Rua Júlio de Castilhos, 923. Mais informações pelo telefone (51) 9 9991-2118.