Início Geral Câmara | Pinheiral apresenta demandas sobre a duplicação da RSC-287

Câmara | Pinheiral apresenta demandas sobre a duplicação da RSC-287

Presidente do Conselho de Desenvolvimento de Linha Pinheiral, Mathias Bertram, usou tribuna popular no Legislativo para manifestar sua preocupação com a mobilidade da população

Mathias Bertram usou a tribuna popular da Câmara para externar as demandas dos moradores de Linha Pinheiral
Banco de imagens/RJ

Guilherme Athayde
[email protected]

Há um mês, dia 6 de novembro, o governador do Estado, Eduardo Leite, visitou Santa Cruz do Sul para celebrar o início das obras de duplicação da RSC-287. Uma das principais rodovias do Estado, a estrada está concedida à empresa Rota de Santa Maria até o ano de 2051, em um trecho de 204 quilômetros de extensão, entre os municípios de Santa Maria e Tabaí.
Em Santa Cruz, as obras de duplicação começaram entre os Km 101 e 105, e a previsão é que este trecho seja finalizado até a metade de 2025. Segundo o contrato, a empresa deve duplicar 63% dos 204 Km de extensão da rodovia até o ano de 2030. O investimento total para os 30 anos de concessão é de R$ 3,6 bilhões, beneficiando dez municípios.
A RSC-287 é uma das principais ligações do interior do Estado com a Região Metropolitana, e sua duplicação irá mudar o cenário de uma localidade histórica do município. Na última semana, o presidente do Codepin – Conselho de Desenvolvimento de Linha Pinheiral, o empresário Mathias Bertram, esteve na Câmara de Vereadores para externar algumas preocupações de moradores da localidade, principalmente na questão da mobilidade. Mathias explica que Linha Pinheiral é cortada pela rodovia, e a duplicação, que prevê uma mureta entre as pistas, pode limitar a movimentação dos pedestres e motoristas que vivem na localidade.
“Isso é uma questão que preocupa bastante: como chegar em casa sem precisar andar cinco, seis quilômetros à mais. A preocupação de acessar a vizinhança, de um vizinho poder chegar na casa do outro, isso preocupa bastante, como atravessar a rodovia a pé. Tem muito pedestre ainda, um comércio local. Pra ir no mercado, no açougue, na padaria”.
Pontos comerciais também devem ser afetados pela mudança no acesso de veículos e pedestres a estes locais, e ainda há a preocupação com o limite de velocidade que será definido na zona urbana. O representante do Codepin destaca ainda que agora é o momento de apresentar as demandas para ajustar o projeto da duplicação e atender a vontade dos moradores. Bertram relata que muitos moradores ainda não sabem como as mudanças impostas pela duplicação irão afetar suas vidas, principalmente nas modificações das pontes e vias laterais.
“Tem a ponte do Arroio Schmitt, que vamos ver como vamos ter que fazer, se vai ter pista lateral. De um lado já tem, em uma ponte, a travessa da Igreja. Mas na outra ponte não temos acesso secundário. E do outro lado, na Travessa Rabuske, não temos nenhuma ponte secundária. A locomoção interna pode ficar um pouco comprometida. O comércio está preocupado. Quais os acessos que vamos ter? Cada um vai ter seu acesso? Isso pra nós ainda é uma caixinha de surpresas”, aponta.
Segundo o governo do Estado, em sua divulgação do cronograma das obras de duplicação, a localidade de Pinheiral deve ser afetada quando os trabalhos iniciarem entre Tabaí e Santa Cruz do Sul, no sexto ano da concessão, a partir de agosto de 2026.

Cronograma

Segundo o governo gaúcho, a partir do quarto ano da concessão, está liberada a duplicação de trechos em Candelária e Novo Cabrais (km 137,58 ao km 141,49), Paraíso do Sul (km 156,46 ao km 157,48) e Santa Maria (km 231 ao km 232,54). Os próximos pontos, no sexto ano, serão entre Tabaí e Santa Cruz do Sul. No oitavo ano, entre Santa Cruz do Sul e Candelária, e, no nono ano, entre Candelária e Novo Cabrais. O último trecho, entre Novo Cabrais e Santa Maria, terá a duplicação obrigatória quando o tráfego da rodovia atingir o volume médio diário equivalente de 18 mil eixos nas duas praças de pedágio.