Viviane Scherer Fetzer
À 01h48 desta terça-feira, 22, começou o verão. Dia longo. Noite curta. Também conhecido como Solstício de Verão. Esse é o horário que marca o início do verão para os brasileiros. A estação faz com que os dias se tornem cada vez mais longos e as noites cada vez mais curtas até a entrada do outono. As previsões são de chuva acima da média e temperaturas altas.
Marcelino Hoppe, professor e coordenador da Estação Meteorológica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) explicou que o Sol no giro que a Terra faz ao redor dele estará em cima do Trópico de Capricórnio, que fica ao sul de São Paulo e norte do Paraná. “A partir disso o dia passa a ter mais horas, no primeiro dia do verão, por exemplo, são 14 horas entre o nascer e o pôr-do-sol”, ressaltou Hoppe. Por ter essa duração de 14 horas no Rio Grande do Sul, o ângulo com o Sol estará em 6°, o que o torna muito mais forte. Quanto mais longe do Equador, maior é a duração do dia, o que também influencia nas temperaturas.
O fenômeno oceânico-atmosférico El Niño continua forte e pode ser o terceiro mais forte da história no sul do país desde 1998. O fenômeno é caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, e que afeta o clima regional e global, mudando os padrões de vento em nível mundial. O calor de 2016 deve marcar pela intensidade, perdendo para o verão de 1997/1998. A posição do planeta em relação ao Sol faz com que o hemisfério Sul receba a maior parte da radiação. O fenômeno vai influenciar o clima do Brasil nos próximos três meses.
Segundo a previsão do site Climatempo para 2016, ao longo do verão o El Niño perderá força e a chuva se espalhará pelo Brasil de forma tardia. No Norte a seca prevalece, enquanto no Sul chove muito em janeiro e ameniza em fevereiro, voltando em fevereiro e março para Santa Catarina e Paraná. Segundo Marcelino, o ano de 2015 já registrou mais chuva que 2014, que estava sendo considerado o ano mais chuvoso, “em 2015 foram registrados 2468 milímetros de chuva em Santa Cruz do Sul e ainda temos dez dias de chuva até o final do ano”, ressalta Hoppe. Há indicação de maior probabilidade de temperaturas acima da média em quase todo o País. Para a Região Sul, as temperaturas podem ocorrer acima dos valores normais.
O oceano Atlântico está com a temperatura acima do normal e isso implica em mais evaporação e mais chuva para a região de Santa Cruz do Sul. Na região perto do rio da Prata, o Atlântico está 5° mais quente e isso acaba influenciando no Rio Grande do Sul fazendo com que a água esteja mais quente do que o normal, sendo interessante para quem vai à praia no verão. A chuva perderá força nos meses de fevereiro e março, o que pode ser bom para a agricultura. No caso da soja e do milho, pode ser uma safra boa. Já para os produtores de arroz nem tanto, como salienta Marcelino. “Cada dia chuvoso é menos radiação solar e menos fotossíntese, o que não se torna vantagem para a produção do arroz”. A previsão é de que a chuva seja acima da média de 380 milímetros nos três meses. “Imagino que chova mais que 450 milímetros”, sugere o coordenador da Estação Meteorológica da Unsic. A recomendação é de que as pessoas evitem o horário entre 11h e 16 horas para exposição ao Sol, embora os raios ultravioleta não serão excepcionais.