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Bruna Molz encaminha sugestão de projeto de lei ao Executivo para beneficiar gestantes

Foto: Jacson Miguel Stülp/Arquivo

A vereadora Bruna Molz (Republicanos) está encaminhando ao Executivo uma sugestão de projeto de lei sobre os cuidados pré-natais das gestantes. Ela teve um expediente aprovado no Legislativo para que seja encaminhada a sua sugestão à prefeita Helena Hermany.

O projeto de Lei visa estabelecer que toda gestante que realize o pré-natal na esfera municipal, terá o direito de acesso ao exame de triagem pré-natal combinada para pré-eclâmpsia, a ser aplicado com o propósito de tornar possível o diagnóstico precoce, monitoramento e tratamento preventivo das gestantes.

“A atenção e cuidado pré-natal é o acompanhamento da equipe de saúde que toda gestante deve ter, a fim de manter a integridade das condições de saúde da mãe e do bebê. Durante toda a gravidez são realizados exames clínicos e laboratoriais que visam identificar, prevenir e quando possível tratar doenças que podem trazer prejuízos à saúde da mãe ou da criança”, justifica Bruna Molz.

Ela destaca que alguns exames feitos durante o pré-natal são importantes para detectar problemas, como doenças que possam afetar a criança e o seu desenvolvimento no útero. Dentre as patologias que podem acometer as gestantes, a pré-eclâmpsia se destaca com uma das mais importantes. “É uma doença considerada problema de saúde pública pelo seu elevado custo médico-social. A prevalência varia conforme a faixa etária, sexo, raça, obesidade e presença de patologias associadas, como diabetes e doenças auto-imunes. A classificação da pré-eclâmpsia mais aceita em nosso meio é a classificação adotada pela InternationalSociety for theStudyofHypertension in Pregnancy (ISSHP) e pela FEBRASGO. Entre 2% e 5% de todas as gestantes desenvolvem pré-eclâmpsia”, salienta a vereadora.

Pesquisas indicam que a nível mundial, em torno de 76 mil gestantes e 500 mil bebês morrem por ano em consequência da pré-eclâmpsia. O manejo clínico da pré-eclâmpsia é muito desafiador, pois o prolongamento da gestação pode resultar em eclâmpsia, descolamento da placenta e síndrome HELLP.

Além disso, mulheres que desenvolvem pré-eclâmpsia têm maior risco de sofrerem de hipertensão arterial, doença cardíaca isquêmica, acidente vascular encefálico, insuficiência renal, síndrome metabólica, diabetes mellitus e expectativa de vida reduzida em 10 anos. Fetos expostos à pré-eclâmpsia têm maior risco de sofrerem de paralisia cerebral em do parto prematuro, restrição de crescimento fetal ou ambos e desenvolverem ao longo da vida resistência à insulina, diabetes mellitus, doença arterial coronariana e hipertensão arterial. 

A triagem da pré-eclâmpsia combinada traz redução de custos com internação e UTI neonatal e UTI adulto (gestante), além de proporcionar um expressivo menor risco de óbito materno-fetal. Se o risco calculado na triagem combinada de desenvolver pré-eclâmpsia for alto, a FIGO e a FEBRASGO recomendam a profilaxia diária com aspirina em dose a ser definida pelo médico pré-natalista, iniciando antes da 16ª semana até a 36ª semana, ou quando ocorrer o parto ou quando for diagnosticada a pré-eclâmpsia. Essa recomendação é baseada na evidência do ASPRE Trial. 

Um recente estudo de meta-análise e revisão sistemática demonstrou que a administração de aspirina reduziu o risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia pré-termo em aproximadamente 70% das gestantes consideradas de alto risco triadas conforme a recomendação da FIGO, reduzindo também a quantidade de internações em UTIs neonatais. Face à enorme relevância do tema, conto com o apoio dos nobres pares para analisar, aperfeiçoar e aprovar este projeto de lei com a maior brevidade.