O número de transplantes de órgãos e tecidos mais que dobrou na última década no país, alcançando 23.397 cirurgias no ano passado. O número equivale a quase 8% dos transplantes feitos em todo o mundo no mesmo período, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Em dez anos, foram feitos 6.827 transplantes dos chamados órgãos sólidos, como coração, rim e fígado, entre outros, e 16.570 de tecidos. As cirurgias de transplante que mais cresceram, em quantidade, foram as de medula óssea, córnea, fígado, pulmão e rim.
Para o governo, o aumento do número de transplantes está relacionado à maior quantidade de doadores e à ampliação da rede de captação de órgãos. Em 2011, chegaram a 11,4 pessoas por grupo de 1 milhão de habitantes. A meta é chegar a 15 doadores por milhão até o fim de 2014, taxa semelhante à de países que são considerados referência em doação de órgãos.
Com mais doações e cirurgias, o tempo de espera por um órgão na fila dos transplantes caiu, em média, 23% em um ano. No caso do transplante de rim, a redução do tempo de espera foi 42%. Mas 27.827 pessoas ainda aguardam por um transplante na rede pública de saúde. No Sistema Único de Saúde (SUS), os candidatos são chamados conforme a ordem da fila e a gravidade do caso.
“A única fila que pode acabar é a do transplante de córnea. O número de pessoas que necessitam desse transplante vai ficar menor e todas as pessoas que morrem podem doar as córneas”, explicou José Medina, presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
(Carolina Pimentel/Agência Brasil)