Odilon S. Blank*
Quando começamos a adormecer e os sentidos entorpecem-se, às vezes ouvimos palavras ou mesmos frases inteiras sem nexos, geralmente é um fraco eco do que diz um Espírito que quer comunicar-se conosco. Durante o sono pode o Espírito reunir-se com os que ama ou estima na vida espiritual ou até participar de assembleias onde se sentem feliz.
O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa: irradia por todos os lados. No estado de letargia ou catalepsia o Espírito vê e ouve o que se diz em derredor, pois tem consciência de si; não pode comunicar-se devido ao estado do corpo, pois seus órgãos físicos não permitem; no entanto o Espírito permanece ativo.
Os Espíritos podem ver tudo o que fazemos, porém só cuidam do que lhes interessa! Os mais evoluídos vêm até os nossos mais secretos pensamentos e é comum termos ao nosso lado uma multidão de espíritos a observar-nos. Os levianos riem e zombam de nossos fracassos e buscam auxiliar-nos.
Eles influenciam de tal modo em nossos pensamentos que muitas vezes nos dirigem sem que tal notemos. Quando temos a impressão de que alguém nos fala é porque um Espírito tenta sugerir-nos, cabe a nos decidir-nos pelos bons pensamentos, evitando seguir os maus.
Os maus nos induzem ao mal, para que soframos como eles; fazem-nos por inveja, não gostando de ver-nos felizes.
Deus permite que os maus nos incitem ao mal como prova para chegarmos ao bem, se resistirmos, eles nos abandonam, deixando que só os bons nos sugestionem, ficando entretanto à espreita de um momento propício, como o gato tocaia o rato. Podemos neutralizá-los com a prática do bem; desconfiai dos que sopram a discórdia entre vós e vos insuflam más paixões ou vos exaltam o orgulho, procurando exaltar o vosso lado fraco.
Um Espírito só domina uma pessoa se esta consinta ou por sua fraqueza moral ou por desejar tal. Poderá libertar-se do domínio dos maus se tiver vontade firme e desejar trilhar o caminho do bem. Os exorcismos usados por religiosos para afastar “demônios” apenas os fazem rir e obstinar-se mais. A melhor defesa é cansar-lhes a paciência, não aceitar e mostrar lhes que perdem tempo; não vendo que nada conseguem, afastam-se.
(continua)