Os Bancos de Materiais de Construção e de Mobiliários fazem parte dos chamados Bancos Sociais. Eles podem ser de alimentos, livros, computadores, materiais de construção civil, móveis, entre outros. São organizações, públicas ou privadas, que recolhem e distribuem todo o tipo de bens que para alguns não servem mais e para outros que são tudo o que algumas famílias precisam!
Na 16ª edição do CAU Vivo, transmissão ao vivo realizada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) no Instagram, o conselheiro Carlos Pitzer e a secretária de Habitação do município de Santa Cruz do Sul, Aretusa Molina Scheibler, conversaram sobre a experiência dos Bancos de Materiais de Construção e de Mobiliários da cidade.
Exemplos no Rio Grande do Sul
Em Santa Cruz do Sul, os Bancos estão sob o guarda-chuva da Secretaria de Habitação, que recebe os pedidos de doação e as demandas das famílias por telefone. Um funcionário é responsável pela planilha de controle de estoque de materiais e tanto a coleta quanto a distribuição são feitas com os caminhões e uma equipe da própria Secretaria.
“Em um ano, foram cerca de 850 famílias beneficiadas e 3.600 itens doados só no Banco de Móveis, uma média de cinco itens por núcleo familiar. São pessoas que sonhavam em ter um sofá, uma cama, uma geladeira. A gente vê a satisfação e a alegria das pessoas, o quanto isso transforma vidas”, destaca Aretusa.
Em Pelotas, existe um projeto semelhante vinculado à Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária (SHRF). Na cidade, a principal dificuldade ainda é a busca por doações de materiais de construção.
Daniela Schild Martins, sócia do escritório Dani-Lú Arquitetura com Luciane Cunha Cardoso, é colaboradora do programa de arrecadação pelotense. “Foi através do amigo e parceiro Ubirajara Leal que descobrimos o Banco de Materiais. É um serviço que precisa ser mais divulgado. Eu mesma já doei parquet, telhas, louças. Se cada um doar um pouco, muita gente pode ser ajudada”, comenta a arquiteta e urbanista, que até já cogitou montar um Banco Social, mas esbarrou em questões como armazenamento e logística.
“Fico muito preocupada com o desperdício. Com frequência nós fazemos reformas e os clientes descartam materiais super bons para substituir por algum lançamento. Muitas vezes, o que é descartado ou sobra é colocado literalmente no lixo! As realidades, infelizmente, são muito diferentes”, alerta.
Bancos Sociais e Athis
Os Bancos Sociais, além de serem úteis para a comunidade, são extremamente relevantes no fomento a políticas públicas para a implantação da Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) nos municípios. Em muitos casos, famílias contratam arquitetos e urbanistas para reformar e efetuar a troca de materiais, como os de banheiro, e acabam descartando vasos, pias, chuveiros e outros itens em ótimo estado. Todo esse material pode ser doado e, assim, beneficiar famílias de baixa renda.
O Poder Público assume a responsabilidade de coletar, armazenar e distribuir os itens para as famílias, e a comunidade de manter os bancos ativos por meio da doação e do diálogo com a Prefeitura, como salienta Aretusa: “Pequenas ações fazem a diferença para muitas famílias. E não são movimentos mirabolantes: a gente pode trabalhar com o que já tem e ir melhorando. Feito é melhor do que perfeito”, finaliza a secretária de Habitação de Santa Cruz do Sul.
Quero doar! E agora?
Entre em contato com a Secretaria de Habitação e informe-se sobre Bancos Sociais. Em algumas cidades, o serviço é oferecido por organizações sociais e beneficentes que recolhem o material gratuitamente e o revendem a baixo custo.
Em Santa Cruz do Sul, o contato para doações é o telefone: (51) 3715-1895. (Fonte: CAU/RS)