Ricardo Gais
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Criado através da Lei Nº 8.070, de 19 de novembro de 2018, o Banco de Alimentos (Basan) de Santa Cruz do Sul tem por objetivo receber doações de alimentos e redirecioná-los para as entidades devidamente cadastradas e ao Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). No Município são oito entidades socioassistenciais beneficiadas.
A diretora de Desenvolvimento Social de Santa Cruz, Priscila Froemming, explica que o Banco de Alimentos entrou em funcionamento em 2019, mas no ano passado, devido à pandemia de Covid-19, os trabalhos no local foram poucos. “Uma das metas da gestão atual é colocar em prática as atividades do local, porque ele é um espaço grande e construído com verba federal”.
Atualmente, a equipe técnica que trabalha no Banco de Alimentos é do Município, foram realocados alguns funcionários da Secretaria de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte, sendo um agente administrativo, um operário e um servidor que coordena a entrega e destinação dos alimentos, além de nutricionistas. “Como a lei que entrou em vigor no ano passado prevê que os municípios não podem ter despesas extras e funcionários a mais devido à pandemia, realocamos alguns aqui da secretaria. No ano que vem pretendemos ter mais funcionários no local”, explicou Priscila.
Como funciona o repasse de alimentos
Os repasses dos alimentos passam por um controle de qualidade e validade. O Banco de Alimentos destina os produtos de duas formas: para entidades cadastradas e que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade como: Aapecan, Associação Beneficente Sinal de Amor (ABSA), Associação Educacional e Social para Crianças e Adolescentes (Aesca), APAE, ASAN, Copame, Gideões, Marista e Mitra. A outra maneira é através de sacolas básicas que são destinadas aos Centros de Assistência Social, nos CRAS Bom Jesus, Santa Vitória e Central. As famílias que são beneficiadas passam por uma avaliação técnica e psicológica, sendo doações não permanentes, apenas para um auxílio no momento de necessidade.
Outra situação, que além de ajudar os agricultores beneficia o Basan, é a aquisição de alimentos através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA/Conab), o qual o Município, com recursos destinados para esse fim, adquire hortaliças e frutas que são destinadas para as cozinhas comunitárias, serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, abrigos e albergue. “Também recebemos frutas das cooperativas como a Coopersanta”, disse Priscila.
Nas cozinhas comunitárias, conforme a diretora de Desenvolvimento Social, são distribuídas cerca de 900 marmitas por dia. Sacolas básicas são 300 por mês e beneficiam até quatro pessoas por família.
Doações podem ser feitas o ano todo
Assim como empresas, cidadãos também podem estar realizado doações ao Banco de Alimentos, localizado na Rua Professor Henrique Carlos Elsenbruch, Bairro Renascença, ou por agendamento pelo telefone (51) 3717-1107. A Prefeitura também recebe doações no prédio anexo ao Poliesportivo, na Rua Coronel Oscar Rafael Jost, 1.432. O telefone para contato é (51) 3715-1895.
O local está recebendo, atualmente, alimentos não perecíveis, pois os perecíveis precisam ter uma destinação rápida, mas toda doação vem de bom grado. “Tivemos uma doação da escola Educar-se, que arrecadou e destinou leite para nós e encaminhamos para algumas entidades na mesma semana. Também estamos arrecadando alimentos (arroz, feijão, farinha e outros) na vacinação solidária e na campanha do agasalho da CDL Santa Cruz”, contou Priscila. Ainda, ocorreu a doação de 40 sacolas de perecíveis, nos meses de junho a agosto, da Escola Família Agrícola, com destinação às famílias em vulnerabilidade social atendidas pelos CRAS.
Atualmente, o Banco de Alimentos tem em estoque de cerca de três toneladas, que deve durar de um a dois meses.
Na prática
Nessa segunda-feira, 5, foram distribuídos para as entidades cerca de 1,5 mil quilos de alimentos perecíveis adquiridos junto à Coopersanta, que executa o PAA/Conab. Conforme o agente Administrativo, Matheus Henrique Rech Fanke, o local não tem como armazenar os produtos, por isso precisam ser destinados o mais breve possível, pois a câmara fria não está funcionando.
No saguão onde são recebidos e separados os alimentos, já fica definida a quantidade para cada entidade beneficiada. “Tudo é feito conforme avaliação técnica”, disse o agente. Matheus destacou que as doações estão sendo consideráveis, “o local tem capacidade para receber mais”, pontuou.
A Coopersanta, que fica ao lado do Banco de Alimentos, é uma importante auxiliadora nas doações. Conforme o presidente Cássio Benito Baptista, nas segundas-feiras chegam hortifrutis e produtos coloniais adquiridos através do PAA. “Realizamos a doação simultânea que beneficia os agricultores e o Banco”, destacou.
Outra forma de ajuda que a entidade recebeu foi na semana do cooperativismo, quando conseguiu arrecadar alimentos junto às feiras rurais do Município. “Fazemos tudo no sentido de ajudar, principalmente agora em meio a uma pandemia”, sublinhou Cássio. Ele salientou que todos os alimentos vieram de produtores que seguem as normas sanitárias e fazem as boas práticas nas lavouras, para que os produtos venham na melhor qualidade possível.
