Jéssica Ferreira
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Em todo o país, bancários entrarão em greve nesta terça-feira, 6, conforme informações divulgadas pelo Comando Nacional dos Bancários, este coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-Cut). Além disso, na tarde de ontem, 5, a categoria se reuniu por meio de assembleia para definir ajustes e organizações do movimento. Neste encontro também foram definidas as agências que irão aderir à greve e como se darão os atendimentos das mesmas.
A decisão de paralisar estourou a partir da proposta lançada pela Federação dos Bancos (Fenaban) no último dia 25 de setembro, quando apresentou ao Comando Nacional dos Bancários a opção de 5,5% de reajuste para salários e vales – o que, para os bancários, nem chega perto de repor a inflação de 9,88%, além de representar perdas de 4% para os bancários. A proposta inclui abono de R$ 2,5 mil, não incorporado ao salário. Porém, os bancários querem reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outras reivindicações.
Entretanto, em nota, a Fenaban informou que a proposta dos bancos tem o objetivo de compensar perdas da inflação passada. “No momento delicado da economia, a proposta apresentada visa a compensar perdas decorrentes da inflação passada, sem contaminar os índices futuros, o que iria contra todos os esforços do governo para reequilibrar os fundamentos macroeconômicos, possibilitando a retomada do crescimento econômico”, diz o documento.
Everton Gimenis, presidente do SindBancários do Rio Grande do Sul, em nota no site da entidade, declarou que os bancários não irão pagar por nenhuma crise financeira, seja ela real ou fictícia – já que os banqueiros têm alegado que a crise econômica tem pressionado o sistema financeiro nacional e internacional. “Os banqueiros estão querendo nos impor o fim de um ciclo de ganhos reais consecutivos nos últimos 11 anos, além de vários avanços específicos nos bancos públicos e privados que conquistamos com nossa luta e mobilização. Por isso, nesse momento difícil e complexo, precisamos de uma postura diferente nessa campanha salarial. Nos últimos anos, nossas greves têm aumentado, mas perdido a intensidade com o passar do tempo”, destacou.
Em Santa Cruz do Sul e todas as 23 bases da região, as agências bancárias decidiram seguir com a paralisação conforme o sindicato. Até a tarde de ontem estavam confirmadas as adesões de greve para os bancos privados, como Itaú, Santander, HSBC e Bradesco, além dos bancos federais, tais como Caixa Federal e Banco do Brasil. Em relação ao Banrisul, a agência ainda iria determinar durante a assembleia sobre a decisão. Porém, segundo o diretor de Comunicação do Sindicato dos Bancários, Cândido Castro Machado, em cidades como Encruzilhada, Sobradinho e Arroio do Tigre, as agências do Banrisul estarão paralisadas por tempo indeterminado conforme a greve.
