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Audiência pública debateu padrão da cerveja

Alyne Motta
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Técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) discutiram na terça-feira, 20 de agosto, as propostas para Instrução Normativa que irá regulamentar os critérios de qualidade da cerveja. Os participantes da audiência chegaram a um acordo sobre o texto que prevê a utilização de produtos de origem animal (leite, mel, chocolate) e vegetal (frutas, ervas e flores) no processo de fabricação da cerveja.
De acordo com o chefe da Divisão de Bebidas do Mapa, Marlos Vicenzi, as propostas serão publicadas no Diário Oficial para consulta pública. “A próxima etapa é formalizar o que foi debatido hoje e submeter à avaliação dos interessados”, explicou.

Divulgação/RJ

Utilização de produtos de origem animal e vegetal no processo de fabricação da cerveja devem vigorar após publicação no Diário Oficial da União

Dentre as sugestões, discutidas, estão a permissão para o envelhecimento da cerveja e a obrigatoriedade da declaração do corante caramelo, quando utilizado na composição das cervejas. O ponto de consenso, segundo Vicenzi, é o uso de produtos de origem animal e vegetal aptos para consumo humano como alimento. “Essa autorização permite inovações das cervejarias. Pode ser um diferencial de competitividade”, salientou.
O texto será publicado no Diário Oficial da União assim que concluída as considerações dos técnicos do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal. Após a finalização do processo de consulta pública, será apresentado ao Mercosul, já que as normas da indústria da cerveja são harmonizadas no bloco.

HBIER

Divulgação/HBier

Alteração permite a HBier inovar no mercado de cervejas artesanais

Para Henrique Dopke, um dos proprietários da santa-cruzense HBier, esta  audiência foi um grande passo dado pois, consentir a adição de especiarias, tais como mel, chocolate, frutas, ervas, flores, entre outras, permite às cervejarias inovar no mercado das cervejas artesanais.
“Aqui no Brasil isso será considerado uma inovação em sabores e aromas, enquanto nos outros países essas adições de insumos de origens vegetais e animais, são muito comuns”, alega Henrique. Segundo ele, as cervejas importadas já admitem a utilização destes insumos.

HEILIGE

Jorge Nunes

Mudanças não interferem diretamente na produção da Heilige, que segue Lei da Pureza Alemã

Já para a também santa-cruzense Heilige, essas alterações não interferem na produção. “Seguimos a lei da pureza Alemã que determina a utilização de apenas quatro matérias-primas na elaboração: o malte, a água, o lúpulo e o fermento, e seguiremos sempre esta lei”, declara o coordenador administrativo Rodrigo Yung.
Segundo ele, a mudança não favorece diretamente a Heilige, mas beneficia todo o mercado cervejeiro nacional. “A incorporação de produtos irá estimular a produção de uma infinidade de novas cervejas com os mais variados aromas e sabores que deverão surpreender e desafiar o paladar brasileiro” declara Rodrigo.