O Flamengo atingiu um mega-sucesso nos últimos anos com craques no meio-campo e no ataque: Gerson, Diego Ribas, Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol. Em 1995, o clube carioca havia tentado outra formação espetacular em termos ofensivos, mas o resultado não foi, digamos assim, lá essas coisas… Naquela época, o Flamengo montou o “ataque dos sonhos”, com três grandes nomes: Edmundo, Romário e Sávio.
Edmundo, jogador de extrema habilidade, foi craque principalmente no Vasco e no Palmeiras. Romário dispensa apresentações: um dos maiores goleadores do Brasil e do planeta, campeão mundial pelo Brasil em 1994. Sávio, revelado pelo Flamengo, foi destaque do time nos anos 90 e jogou também no Real Madrid.
Mas o “ataque dos sonhos” não deu certo em 1995. O Flamengo chegou a ser ameaçado pelo rebaixamento no Campeonato Brasileiro, enfim, a situação não foi adiante como era previsto. Nos anos 90, a ideia de “time dos sonhos” havia virado realidade em pelo menos duas ocasiões: 1) na seleção de basquete masculino dos Estados Unidos, em 1992, campeã olímpica com os gênios Michael Jordan e Magic Johnson; 2) no time de futebol do Barcelona, treinado por Johan Cruyff, “equipe sensação” da qual o próprio Romário participou.
Na música “O futebol”, Chico Buarque sonhava em ser “Pelé”, algo que já se revela no começo da letra: “Para estufar esse filó / Como eu sonhei / Só / Se eu fosse o Rei”.
E, no final da música, que lembra as antigas crônicas esportivas, Chico revela seu ataque ideal, narrando uma jogada protagonizada por cinco craques do futebol brasileiro: “Para Mané / Para Didi, para Mané / Quando é para Didi, para Mané / Para Didi, para Pagão / Para Pelé e Canhoteiro”.
“Mané” é o ponta-direita Garrincha, bicampeão mundial pelo Brasil em 1958 e 1962, ídolo máximo do Botafogo e um dos maiores nomes do futebol mundial.
Didi, meia do Fluminense e do Botafogo, também foi bicampeão em 58/62, dono do famoso chute conhecido como “folha seca”.
Pagão, goleador do Santos e do São Paulo, foi conhecido por sua grande técnica, o que não é comum para vários centroavantes.
Pelé? O Rei.
Canhoteiro? Considerado o “Garrincha” da ponta-esquerda, ele era extremamente habilidoso, foi ícone do São Paulo.
Fica a recomendação para que você ouça a música “O futebol”, de Chico Buarque. Ela está disponível no YouTube, pode ser acessada facilmente. Para quem gosta dos velhos e bons tempos, mesmo se você não os viveu. Os sonhos vivem no passado, presente e futuro.