Tiago Mairo Garcia
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Em razão do atual cenário da pandemia do novo coronavírus e os decretos do Estado e município que vedam aglomerações e instituem o modelo de distanciamento social controlado, a diretoria da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) decidiu cancelar a realização da Assembleia Geral Ordinária com os associados neste ano.
A decisão foi comunicada através de nota oficial emitida no último dia 25 de junho. A entidade informou ainda, que a diretoria e integrantes dos conselhos deliberativo e fiscal irão se reunir, através de videoconferência, no dia 31 de julho, às 14h, para deliberar sobre as definições do Sistema Mutualista para a nova safra de tabaco, com objetivo de manter ou viabilizar a sua continuidade.
O presidente da Afubra, Benício Werner, salientou que é a primeira vez na história da entidade que a Assembleia Geral Ordinária com os associados é cancelada. Ele frisou que seria feita a apresentação da prestação de contas anual da entidade e deliberações sobre as taxas para a próxima safra. Como as eleições da entidade ocorreram na assembleia de 2019, não estava programada a realização do pleito para este ano.
Werner confirmou que um estudo técnico está sendo realizado pela entidade para avaliar os custos de produção e definir uma previsão sobre os valores da unidade do sistema mutualista. “Vamos deliberar com o conselho sobre a manutenção da taxa de 5,2% para cobertura do granizo e com base no estudo sobre os custos de produção, definir uma previsão de valores para a unidade do sistema mutualista. Questões relacionadas ao estatuto e regulamento da entidade somente serão abordadas em assembleia com os associados”, frisou o presidente.
Questionado sobre a comercialização da atual safra do tabaco, Werner destacou que o último levantamento realizado no dia 27 de junho aponta que já foram comercializados pelos produtores com as indústrias o percentual de 86% do Tabaco Virginia, 98% do Tabaco Burley e 97% do Tabaco Comum. Ele confirma que ele e as demais entidades representativas dos produtores estão frustrados com os preços que estão sendo praticados e a forma rígida de classificação do produto que está sendo realizada pelas indústrias. “Estamos recebendo muitas reclamações dos produtores pelo preço que está sendo praticado, classificação mais rígida do produto e por não haver compra pelas empresas do tabaco excedente produzido nas lavouras. O produtor reconhece que a qualidade do produto sofreu redução em razão da estiagem, mas com preço baixo oferecido, eles terão renda somente para garantir o seu sustento, gerando reflexos na economia local”, finalizou o presidente da Afubra.