LUANA CIECELSKI
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Dando continuidade às sessões da Associação Amigos do Cinema de Santa Cruz, a exibição dessa terça-feira, a segunda do mês de maio, será de um filme italiano. A partir das 20 horas, no auditório do Sindibancários, o público poderá conferir o longa metragem “A Família” de Ettore Scola, um dos mais importantes diretores italianos. Lançado em 1987 a narrativa tem 127 minutos de duração – pouco mais de duas horas.
Tendo no elenco grandes estrelas do cinema europeu como Vittorio Gassman, Fanny Ardant, Philippe Noiret e Stefania Sandrelli, o filme é um drama que traça a trajetória de uma família burguesa italiana entre os anos de 1906 e 1986. Toda a história é contada sob o ponto de vista do patriarca Carlo.
Mas essa história não começa a ser contada do nada. O início dela se dá quando os dois irmãos (Carlo e Giulio) estão chegando aos 80 anos e se encontram na casa onde passaram a infância. Durante uma conversa, Giulio diz que tem algo a confessar e Carlo comenta que também tem algo a dizer. Por ser o mais velho, Carlo começa a fala. Ele conta então que trinta anos atrás, a crítica que fez ao romance autobiográfico escrito por Giulio, não foi verdadeira porque ele não leu o livro na época, apenas criticou. Posteriormente, porém, ele reencontrou o manuscrito e descobriu que é um romance belíssimo.
Assim eles começam a rememorar o passado. Desde o batizado de Carlo até os dias em que o filme se passa, citando os principais acontecimentos familiares e sociais. Como aponta o roteirista e crítico de cinema, Giba Assis Brasil, o roteiro tem uma estrutura rigorosa, quase matemática: “são nove grandes sequências, retratando diferentes momentos do século 20, com saltos de dez anos redondos a cada vez”. E toda a história se passa dentro de um único apartamento em Roma.
Ás vezes, o tom é mais cômico, outras vezes mais sentimental. Mas em toda a história está muito fortemente presente o humano, especialmente na relação entre os dois irmãos que se provocam e se confrontam, mas também sentem ternura um pelo outro.
A sessão é aberta ao público e a entrada é gratuita. Toda a comunidade é convidada a participar.
O DIRETOR
Ettore Scola nasceu em Trevico, Itália. Ingressou na indústria cinematográfica como roteirista em 1953. Escreveu para Steno (“Um Americano em Roma”, 1954), Luigi Zampa (“Gli Anni Ruggenti”, 1962), Dino Risi (“Il Sorpaso”, 1962). Dirigiu seu primeiro filme, “Vamos Falar Sobre as Mulheres”, em 1964. Obteve reconhecimento internacional com “Nós Que Nos Amávamos Tanto” (1974), um tocante painel da Itália do pós-guerra. Em 1976, ganhou o Prêmio de Melhor Direção no 29º Festival de Cannes, com “Feios, Sujos e Malvados”. Desde então, realizou vários filmes de sucesso, incluindo “Um Dia Muito Especial” (1977), “Casanova e a Revolução” (1982), “O Baile” (1983), “Splendor” (1987), “O Jantar” (1998), “Concorrência Desleal” (2000). Em 2011 dirigiu “Que Estranho se Chamar Federico”, uma homenagem ao amigo Federico Fellini. Faleceu em 2016.