Lavignea Witt
Com a troca de estação, não é apenas o clima que muda suas características. Grande parte do comércio precisa se modificar para garantir as vendas em todas as épocas. Novos arranjos de vitrines e alterações de compras dos fornecedores e de produtos oferecidos dentro dos estabelecimentos, bem como de estratégias de vendas, são algumas das modificações feitas nesses períodos, principalmente quando sai uma estação climática e entra outro, como do verão para o outono.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) do Vale do Rio Pardo, Mauro Spode, explica que as vendas baixaram consideravelmente no final do verão. “O que eu estou percebendo, falando com alguns colegas, foi que janeiro e fevereiro começaram bem em relação ao ano passado. Agora no mês de março deu uma caída. Mas, aos poucos, o varejo começa a ter aquele ritmo normal das atividades”, analisa.
Com a chegada do outono, uma das áreas beneficiadas é o comércio focado em chocolates. “A Páscoa remete especialmente ao público infantil, então os pais, os avós e os padrinhos acabam de alguma maneira suprindo essa necessidade de vendas dos chocolates”, observa Spode. Ele reitera também que a data tem um apelo muito forte no sentido da religiosidade, o que deixa as pessoas mais propensas a adquirirem os produtos.
Além da Páscoa, o ingresso do clima mais gelado também promove alta nas vendas no setor de roupas e calçados. Sueli Brendler, proprietária da Arte Uniformes, afirma que a troca de estação representa uma mudança dos produtos comercializados em sua loja, assim como a renovação e atualização de matéria-prima para confecção dos itens de vestuário. “Com a chegada do outono, buscamos atender a demanda produzindo roupas e uniformes próprios para o frio: de manga longa, tecidos térmicos, jaquetas com tecidos impermeáveis e outros, com cores e modelagens atendendo às tendências do mercado”, explica.
EXPECTATIVAS
Sobre o andamento das vendas no outono, Mauro Spode acredita que o aumento da comercialização será entre 5% e 10%. “Eu acho que será uma época boa, e tomara que a gente chegue em um aumento de dois dígitos. Claro que nesse sentido tem os setores que mais se beneficiam, como as empresas que trabalham com chocolate por conta da páscoa. E uma coisa que vem chamando atenção para mim é a questão da linha de bazar. Mas, levando em conta que o frio vem mais cedo este ano, então com certeza o vestuário e o calçado vão se beneficiar disso também”, projeta.
O presidente do Sindilojas acrescenta que, apesar das dificuldades enfrentadas por conta da pandemia, a flexibilização sustentada este ano vai incentivar o comércio, o que não ocorreu no ano passado. “A gente precisa ter um viés positivo das coisas”, ressalta. Outro ponto fundamentado por Spode é a reinvenção das lojas. Para ele, os comerciantes precisam estar cada vez mais preparados para criar estratégias de negócios e incrementar as vendas. “É muito importante também essa questão do crescimento do marketing digital. A pandemia fez com que a gente acelerasse essa questão e as lojas precisam estar preparadas para trabalhar essa ferramenta”, finaliza.