Tiago Mairo Garcia
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Nesta quinta, 3, será celebrado o feriado de Corpus Christi, data comemorativa que faz parte do calendário católico e que foi instituída pela Igreja Católica no Século XIII para homenagear o sacramento da Eucaristia, considerado um dos princípios mais importantes do catolicismo. Previsto em lei, o dia de Corpus Christi é considerado como ponto facultativo, através de portaria publicada pelo Ministério da Economia no dia 31 de dezembro de 2020, com municípios e empregadores ficando livres para decidir se aderem ou não ao feriado. A data é celebrada pela Igreja Católica 60 dias após o domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade.
Para lembrar a data religiosa, são confeccionados os tapetes de Corpus Christi, marcando uma tradição católica popular que nasce da veneração do amor à eucaristia pelos católicos, sendo realizada como forma de lembrar a entrada de Jesus em Jerusálem, onde as crianças e o povo o saudaram com ramos e palmas de oliveiras.
Em Santa Cruz do Sul, as celebrações de Corpus Christi são realizadas na Catedral São João Batista. Conforme a Diocese de Santa Cruz do Sul, assim como ocorreu em 2020, devido à pandemia de coronavírus o evento será realizado com restrições, respeitando as orientações das secretarias de saúde dos municípios. A Diocese informou que não deverão ser feitas procissões públicas, sendo que Dom Aloísio Dilli também desaconselha a procissão com o Santíssimo em carro aberto pelas ruas das cidades.
A missa na Catedral será presidida por Dom Aloísio, às 9h, contando com a participação dos padres da comarca como sinal de unidade da Igreja na cidade e limitação de até 288 participantes. Na parte da tarde e noite acontecerão as celebrações nas demais paróquias, que solicitam a doação de alimentos e agasalhos para serem destinados aos mais necessitados.
Para marcar a celebração na Catedral, os tapetes de Corpus Christi estão sendo confeccionados pelas voluntárias Lucia Ertel, Paula Simonetti e Iris Thier. Lucia conta que iniciou o trabalho em 1978. “Dom Alberto Etges falou da importância das ornamentações para a procissão de Corpus Christi e decidi iniciar o trabalho. Começamos aos poucos e fomos buscando ideias, com a procissão sendo aperfeiçoada ano a ano”, destacou.
Ela pontua que antes da pandemia, os tapetes eram confeccionados com auxílio de vários segmentos da sociedade. “Cada grupo montava um tapete e conseguíamos fazer tudo em uma noite. Era bonito de ver a integração das pessoas”. Pelo segundo ano seguido, a cerimônia será restrita, e com a Catedral fechada as voluntárias puderam elaborar os tapetes com antecedência. Sobre os desenhos, Lúcia destaca que todos possuem uma simbologia. “Cada desenho possui um significado que valoriza a eucaristia, sendo uma homenagem ao corpo e sangue de Cristo presente na hóstia sagrada, com a data de Corpus Christi sendo celebrada na primeira quinta-feira depois da Santíssima Trindade”, salientou a voluntária.
Há nove anos atuando como voluntária, Iris Thier destacou que agradece a cada ano por ter saúde para poder ajudar na montagem dos tapetes. “Espero chegar a data para preparar os tapetes. Iniciamos os preparativos com um mês de antecedência para a celebração, sendo gratificante poder realizar este trabalho”, disse. Paula Simonetti está há três anos auxiliando no trabalho e também salienta a sua alegria em poder participar. “É uma data especial em que podemos demonstrar o nosso amor por Jesus”, frisou. Ao finalizar, Lucia, que desenvolve serviços voluntários, frisou ser uma honra poder realizar a confecção dos tapetes religiosos. “É uma honra, pois é uma homenagem e uma maneira de mostrar nosso agradecimento e o amor a Jesus”, finalizou.
Celebração religiosa
Conforme Vera Limberger, responsável pela organização da cerimônia religiosa, a solenidade de Corpus Christi serve para os católicos manifestarem publicamente a fé na presença real de Jesus na Eucaristia. Para a missa na Catedral, ela confirmou que está sendo preparada a liturgia com cantos, orações, símbolos e reflexões. “Dentro da Catedral faremos um momento de adoração e a bênção solene pelo bispo Dom Aloísio Dilli”. A cerimônia terá presença restrita de 25% de público, seguindo os protocolos de segurança e distanciamento social. Vera frisou que haverá um espaço para doação de agasalhos ou alimentos que serão destinadas para as obras de caridade desenvolvidas pela Diocese de Santa Cruz do Sul. “Estamos pedindo que, ao virem para a celebração, tragam um alimento não perecível ou agasalho. Teremos um local para se colocar com pessoas informando e sempre cuidando do distanciamento”, finalizou.