Há 5 anos, o Clube da Viola e da Gaita promove a música e a amizade em seus mensais encontros. Desde o final do ano passado, o grupo passou à posição de entidade. Na noite da última quarta-feira, 29, na Bierhaus do Parque da Oktoberfest, o encontro atestou a longevidade e, por consequência, a importância do projeto para a comunidade de músicos e para os amantes da arte, como confirma o músico Márcio Zétti: “fiquei sabendo do Clube logo no início, e desde então venho frequentando. O interessante no Clube é a integração que proporciona entre os músicos iniciantes, os medianos e os veteranos. É ótimo que os mais experientes ajudem os mais novos, troquem ideias e conhecimento”.
É o que confirmou Larissa Azevedo: “é um lugar em que se pode aprender com os outros, mas também se pode ensinar.” Com apenas 12 anos de idade, Larissa cantou pela primeira vez no Clube, já demonstrando confiança na voz. “A experiência foi muito boa. Foi minha primeira vez no Clube da Viola, e adorei. No início eu estava um pouco mais nervosa, mas depois comecei a me soltar mais”, contou ela.
Facilitado, esse incentivo aos jovens é o resultado de um fenômeno peculiar. No decorrer da festa e das apresentações, ficou claro o envolvimento entre todas as partes, que, em alguns momentos, confundem-se entre si. E é essa, na verdade, a intenção: integrar músicos profissionais e novatos, artistas e público, adultos e jovens, que participam sem distinção. É uma síntese da música e da cultura populares, como testemunhou o presidente Volmar Endres: “O primeiro evento foi na minha casa; avisamos os amigos, juntamos os músicos. Fazíamos um por mês. O primeiro evento tinha trinta, o segundo evento foi pra cinquenta”. Assim também relembrou a secretária do Clube, Jô Endres, que complementou: “hoje já temos muita gente, muitos músicos, de tudo que é lugar, do Vale do Rio Pardo, Porto Alegre, Cachoeira, Santa Maria. Está cada vez maior, cada vez mais bonito”.
E, como houve variedade de público, houve também diversidade de gêneros musicais: do Bailão ao Rock, do Sertanejo ao gauchesco, todos os estilos foram bem recebidos e apreciados. “Em relação à música, o nosso palco é livre, é eclético, para todos os gêneros musicais. Ele é mais forte no Bailão, porque estamos na terra do Bailão. Mas toca Pagode, toca samba, toca Rock, toca Pop. Não ditamos o ritmo”, afirmou Volmar.
Além dessa qualidade, o presidente falou sobre outro diferencial do espaço que criaram: “é um evento que foi criado para os músicos, e é o único que tem na cidade. Na quarta-feira praticamente não tem baile, então quase todos os músicos da região, aqui da cidade, vêm”. Para Márcio Zétti, “é importante, porque é dia de semana, fora do trabalho” dos músicos. Em retrospectiva, Volmar comentou também sobre a trajetória da organização: “o espírito continua o mesmo”, lembrou, “que é unir os músicos, e não ter aquela concorrência musical. O que mudou é que estamos bem conhecidos na cidade. Hoje, falou ‘Clube da Viola’, todo mundo sabe o que é”. E, pensando no futuro, ainda revelou: “o que estamos tentando fazer é o Clube da Viola virar um evento municipal, com uma data anual”.