Reunião na Praça da Bandeira resultou em uma conversa pacífica entre manifestantes e Executivo
Um grupo de cerca de 40 aprovados no concurso da Prefeitura de Santa Cruz do Sul fez uma manifestação pacífica em frente ao Palacinho na Praça da Bandeira, na quarta-feira, 19, exigindo as nomeações. O processo seletivo teve edital aberto em 2019 e as provas foram em fevereiro de 2020. A lista de aprovados saiu em março do mesmo ano e, desde então, os habilitados aguardam serem chamados.
Parte do grupo foi recebido pelo prefeito em exercício Elstor Desbessell (PL) e o secretário de Administração, Edemilson Severo, que responderam as dúvidas sobre o trâmite para a contratação dos aprovados. O prazo para nomeações deve ser estendido por mais dois anos. Até o momento, foram contratadas 71 pessoas, sendo 45 em 2020, 24 em 2021 e duas no início de 2022.
Conforme Juliano da Silva, que passou no concurso para o cargo de agente da Guarda Municipal, a preocupação é constante. “Buscamos a solução para este impasse. É importante que sejam criados novos cargos para suprir as demandas dos serviços e que estes sejam preenchidos pelas nomeações dos aprovados no concurso. Para evitar aglomeração, reunimos um representante de cada cargo. Queremos celeridade e uma resposta positiva”, explicou.
Segundo a Administração Municipal, parte da demora do processo é devida à lei complementar federal 173, de 27 de maio de 2020, que impediu contratações no serviço público, exceto em caso de vacância do cargo, até 31 de dezembro de 2021. Ou seja, as posições só poderiam ser preenchidas em casos de aposentadoria, exoneração ou falecimento. “Mantemos o compromisso de uma discussão aberta e franca com a comunidade. Somos um governo de diálogo e faremos o possível para que os concursados sejam convocados. Todas as medidas a serem adotadas estarão baseadas na legalidade e na preservação do interesse público”, garantiu Desbessell.
“Temos direitos adquiridos”
Paula Lopes e Natália Cunha já atuam na Prefeitura com contratos temporários. Ambas esperam com expectativa serem nomeadas. “Os contratos vencem em abril e não sabemos depois se seremos nomeadas. Este é um direito adquirido, pois passamos no concurso e estamos aguardando desde março de 2020 para sermos chamadas”, frisa Natália.
Professora do ensino fundamental, Rosângela Marion é outra aprovada que está apreensiva com a resolução. Ela é contratada pelo Estado. “Os professores já nomeados em seus cargos estão recebendo convocação de mais 20 horas para suprir a demanda em sala de aula. Enquanto isso os concursados não estão sendo chamados. As vagas que já existem dentro da sala de aula estão sendo supridas pelas convocações”, apontou.
Ana Souza
