Luciana Mandler
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Após dois anos de interrupção devido à pandemia de covid-19, Rio Pardo volta a sediar o Seminário de Língua Portuguesa, Literatura Rio-grandense e Fórum de Educação, organizados pela Secretaria Municipal de Educação, no Clube Literário e Recreativo. Esses são considerados como alguns dos eventos mais importantes da área no Rio Grande do Sul.
O seminário chega para a sua 28ª edição, a partir desta quarta-feira, 20, se estendendo até sexta-feira, 22, com programação intensa. Estão inscritas aproximadamente 430 pessoas. Este será o segundo maior público da história do evento. “O espaço não comporta mais. Se não fosse isso, certamente chegaríamos aos 500 participantes”, ressalta o coordenador das atividades, professor Elenor Schneider.
Para ele, depois de dois anos, acima de tudo é uma grande alegria o retorno do seminário e fórum. “Fiquei impressionado com a manifestação de desejo das pessoas em se reencontrar, como se tivesse havido uma lacuna de aprendizagens e de afeto nesse tempo de pandemia. E houve mesmo. O seminário tem uma vida longa e não esgota o interesse das pessoas. Se não tivesse havido a parada por causa da pandemia, estaríamos agora celebrando a 30ª edição”, observa.
A programação vai ter palestras, painéis, teatro, música, inserções culturais das escolas e muitos momentos de aprendizagem. As inscrições encerraram no dia 13 deste mês e não há mais vagas disponíveis. O objetivo do evento, conforme Elenor, é oportunizar amplo debate sobre literatura, língua portuguesa e processos educacionais emergentes, aproximando leitores, escritores e professores para seu crescimento pessoal e profissional.
“Participar é uma opção e uma decisão muito pessoal. A maioria das pessoas vai para, de fato, aprender, se qualificar, porque sabem que temos muito cuidado na escolha dos palestrantes”, define.
Em relação ao Fórum da Educação, Elenor Schneider diz que é um segmento que complementa o seminário. As palestras vão versar sobre a memória, com uma doutora do Instituto do Cérebro, da PUC-RS; experiência educacional exitosa da Cidade Escola Ayni, de Guaporé; trabalho educacional desenvolvido por um rapper de Caxias do Sul; e neurociência e educação do futuro.
ATUAÇÃO
Formador de professores Literatura e Língua Portuguesa durante décadas no curso de Letras da Unisc, Elenor destaca que há excelentes profissionais, mas também vê a necessidade premente de mais qualificação na área. “Depende deles o sucesso da aprendizagem de seus alunos”, reflete. “Teremos uma mesa com dois professores de Língua Portuguesa com comprovada atuação, bem como um painel com professores locais, falando sobre suas atuações em tempos de pós-pandemia. Haverá excelentes palestras sobre escrita criativa e literatura negra.”
Programação
– Quarta-feira, 20
• 8h – Credenciamento
• 9h – Abertura
• 9h45 – Cristiane Regina Guerino Furini (PUC-RS). Tema: “Neurobiologia da Memória”
• 13h30 – Thiago Berto (Cidade Escola Ayni, de Guaporé). Tema: “Educando os adultos, deixando as crianças em paz”
• 15h30 – Intervalo
• 15h45 – Painel: “Ser professor em tempos de pós-pandemia”, com os professores Michelle Stroher Lobato (educação infantil), Vera Beatriz Franco da Silva (anos iniciais), Rui Carlos Loreto Beskow (Português dos anos finais), Aline Silveira Silva e Inês Severo Moraes (ensino médio)
• 19h – Noite musical com a dupla nativista Cássio Fruet (voz) e Fernando Morinelli (voz e violão), acompanhamento de Eduardo Machado (gaita) e participação especial de cantores locais
– Quinta-feira, 21
• 8h15 – Gustavo Melo Czekster (professor e escritor). Tema: “Dragões e fantasmas na sala de aula: a escrita criativa na sala de aula”
• 10h – Emir Rossoni (escritor e ministrante de oficinas literárias). Tema: “Literatura dissecada”
• 13h30 – Janaína de Azevedo Baladão (PUC-RS). Tema: “Vozes de mulheres na literatura latino-americana”
• 15h30 – Fábio Eduardo da Silva (Instituto Neuropsi, PR). Tema: “Neurociência e a educação do futuro: por um ensino eficaz, transformador e sustentável por meio do desenvolvimento humano”
• 19h – Teatro: “As histórias rocambolescas de um mundo amazônico”, com Anderson Balhero (Destemperados Cia de Teatro). Patrocínio: Sesc
– Sexta-feira, 22
• 8h15 – Daiane Lopes (Unisc e Colégio Mauá) e Jeferson Luís de Carvalho (Unisc e Colégio Mauá). Tema: “Desafios da produção textual no ensino básico”
• 10h – Palestra: Luiz Maurício Azevedo (crítico literário e pesquisador pós-doc na FFLCH/USP). Tema: “Estética e raça: apontamentos críticos sobre a literatura negra”
• 13h45 – Atrações locais
• 14h30 – Chiquinho Divilas (rapper, educador e pesquisador). Tema: “RAPensando a educação com Chiquinho Divilas”
• 17h30 – Encerramento