Sabe quando começamos algo de trás para frente e pensamos… Isso não vai dar certo. Mas a trajetória de vida do estudante de Medicina Veterinária, Fernando Panke, prova que esse pensamento é bem diferente. Na manhã de segunda-feira, 31, ele nos recebeu junto com seu maior incentivador, Capitão Roberto, na Clínica Veterinária e Pet Shop Fernando Panke, que é a prova de que os sonhos se realizam e tudo é possível para quem luta, persiste e segue com o foco naquilo que almeja. Fundou em novembro de 2020 a Clínica, localizada na Rua Irmão Emílio, 613, Bairro Várzea, tendo como responsável o médico veterinário Sandro Moisés de Paulo Lima. Além da administração, ele também está totalmente focado em seguir na área, pois cursa Veterinária na Faculdade Santo Ângelo (FASA).
Com simplicidade na fala, Panke contou toda a sua caminhada desde o ingresso no Exército até os dias atuais como empreendedor. Ele tem 42 anos e a paixão pela causa animal surgiu quando era cabo do 8º Batalhão de Infantaria Motorizado (8º BIMtz). Ingressou no Exército em 1998. “Sempre gostei de animais, desde muito novo. Na época, quando ingressei no Batalhão, o Sargento Roberto notou a afinidade que eu tinha com eles e me indicou para o cuidado dos cães do Exército. Agradeço muito pelo incentivo recebido, se tornou essencial para fazer chegar onde estou. Sempre foi meu ‘guru’. Em 2001, o então tenente-coronel Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, hoje general e ministro de Estado Chefe da Secretária-geral da Presidência da República, assumiu o 8º BIMtz e através dele tive indicação para fazer um curso de Adestramento de Cães no 3º Batalhão de Suprimento, em Nova Santa Rita. Conquistei a primeira colocação. A partir daí, passei ao adestramento dos cães e ronda no Exército. Esse foi outro passo essencial e só tenho que agradecer”, destacou.
O amor pelo trabalho com os cães não parou por aí. Panke também exerceu funções, junto com os animais na Brigada Militar e também auxiliando os bichinhos de rua. “Fazia resgate dos abandonados. Assim trabalhei com vários veterinários da região e estou aprendendo cada vez mais. O trabalho exercido pelos profissionais da Medicina Veterinária é essencial. Montei a clínica com esse propósito para dar um amparo maior para os animais de rua e diminuir o índice de abandono e doenças. Queremos dar andamento a uma campanha de castração. Temos isso como meta”, contou.
Trabalhar com os animais é gratificante. Eles nos acalmam, reduzem o estresse, diminuem a depressão, enfim, fazem bem para o nosso coração. Eles transmitem no olhar o que não podem falar. “Carrego comigo que os animais são nossos verdadeiros amigos e é gratificante trabalhar com eles. Este trabalho venho nutrindo desde o início, lá no Exército. Tudo isso me leva em frente e em busca de concretizar a profissão como médico Veterinário. Quero também ter um parque para os cães e suas famílias. Uma área verde que alia entretenimento e atividades”, frisou.
Na clínica, que funciona em sistema de plantão 24 horas, os clientes encontram serviços para cães e gatos. Entre eles, banho e tosa, assistência à saúde animal, atendimento veterinário (castração, retirada de tártaro, vacinas, vermifugação, cirurgias em geral), adestramento, hospedagem, hotel residência, passeios, táxi dog e translado). Contatos pelos telefones: (51) 9 9715-8910 e 9 9996-9333.
INCENTIVO NA CAMINHADA
Amigo e grande incentivador de Fernando, o Capitão Airton Roberto Freese fez questão de estar presente na entrevista. Ele que é morador de Brasília, natural de Santa Cruz e aqui viveu por 34 anos, servindo ao 8º BIMtz por 15 anos, sendo posteriormente transferido para servir na fronteira em Altamira, no Pará, foi convidado pelo então coronel Ferreira para atuar por dois anos em Brasília. Na sede do governo do Distrito Federal, ele permaneceu até o momento, somando-se 21 anos. Se tornou veterano sendo militar da reserva, encerrando a carreira no Exército como capitão. “É uma grande satisfação estar aqui e falar sobre a trajetória de vida do Fernando Panke. Estava em férias e fiz questão de fazer umas fotos e gravar um áudio para expor em nosso grupo do Pelotão de Operações Especiais do Exército dizendo da felicidade em ver o crescimento dele, que tomou por paixão o trabalho com os animais. Era uma missão militar, mas para ele se transformou em amor”, disse.
O capitão lembrou da época em que Fernando iniciou auxiliando no cuidado com os cães que chegaram ao Exército. “Eram pastores alemães que iriam desfilar conosco no 7 de Setembro, tendo como comandante do Batalhão o coronel Silveira e no comando do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes), o tenente Azambuja. Ele designou meu grupo de combate para ser responsável, tratar e cuidar os cães. Fazia parte do então grupo o Cabo Panke, um combatente destacado na época, então confiei a ele esses cuidados. A partir desse momento, abraçou a ideia levando em si a frase: “Missão dada é missão cumprida!”. Não tive dúvida que estaria em boas mãos. O que me causou uma grande satisfação foi que, após sua saída do Exército, tomou isso como ofício e se tornou um adestrador de cães e edificou sua empresa, que além de prestar serviços à comunidade também auxilia por meio de trabalho social. Por onde ando percebo como ele é lembrado pelo excelente trabalho que exerce. Isso tudo nos orgulha muito, transformou o aprendizado como sustento, empreendedorismo e um legado para sua família. Vejo um futuro brilhante para ele que traz humildade e dedicação”, falou orgulhoso o amigo de fé.