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Aprendizado | A missão de ser marista e repassar as lições de Champagnat

Irmãos Volmar e Geandir falam dos ensinamentos aos estudantes

Foto: Ana Souza

Ana Souza – [email protected]
Débora Dumke – [email protected]

“Sou marista, marista de coração! Quanto mais o tempo passa, mais cresce nossa união!”, com as palavras de uma das canções da rede de ensino, lembramos os 120 anos da presença do Colégio Marista São Luís em Santa Cruz do Sul, celebrados dia 3 de fevereiro. Durante todo o dia alusivo ao aniversário, foram realizados diversos momentos festivos entre eles celebração, na capela do colégio, com a presença do padre Rodrigo Hillesheim, entrega de flores pelos estudantes da Colônia de Férias e o “Parabéns a Você”, com distribuição de torta e que reuniu educadores e estudantes no saguão do educandário.

A missão marista traz como foco a descoberta e construção de novos conhecimentos. A Rede Marista tem o propósito de inspirar vidas para transformar o mundo. E por isso, os valores em destaque são o amor ao trabalho, audácia, espírito de família, espiritualidade, presença, solidariedade e simplicidade. O Riovale Jornal entrevistou os irmãos maristas Volmar Loz, de Santa Cruz do Sul, e Geandir Wermann, vindo de Bom Princípio.

Os irmãos maristas são religiosos consagrados a Deus, que seguem Jesus do jeito de Maria, que vivem em comunidade e se dedicam especialmente à educação das crianças e dos jovens, principalmente dos mais carentes. Atualmente, cerca de 2,8 mil irmãos do Instituto Marista estão desempenhando suas ações, em 80 países dos cinco continentes. Partilham sua tarefa de maneira direta com mais de 72 mil leigos e atendem aproximadamente 654 mil crianças e jovens. (Fonte: Marista.org.br)

Sou irmão marista há 53 anos, destaca irmão Volmar. “120 anos é impressionante. São vários os momentos que me marcaram. Este é o terceiro ano que estou no Colégio Marista São Luís. Vim de Santa Maria, trabalhei 28 anos só na formação, ou seja, preparação para outros irmãos. Trabalhei no Juvenato, nas Missões, mestre de noviça, no Acre e depois em Passo Fundo. Isso com certeza é motivo de orgulho. Deus me deu dois olhos para enxergar e ainda é pouco, ver as crianças entregando as flores é emocionante. Teve um acontecimento que um aluno esqueceu de dizer adeus para a professora, pois ele estava jogando bola. A mãe não tinha muito tempo e disse para ele subir e dar tchau o mais rápido possível, ele insistiu que seria somente um minuto. Não deu nem um minuto e o menino já estava com sua mãe e realizado. São coisinhas que marcam e é muito interessante, e deveria ser anotado. São aprendizados e precisamos estar atentos para ver, é impressionante e cada dia temos uma novidade.”

Irmão Volmar: “São aprendizados e precisamos
estar atentos para ver”
Fotos: Débora Dumke

“Eu atualmente trabalho e moro em Bom Princípio, perto da cidade em que os irmãos maristas chegaram no Rio Grande do Sul”, frisou o irmão Geandir. “Nós temos lá um Centro Vocacional, Centro de Acolhimento de Juventude e Centro de Espiritualidade Marista. Congregamos estes três setores na mesma casa abrindo espaço para as juventudes, que é o nosso forte de atuação. Como temos muita parceria com o colégio, nossa forma de atuação é trabalhar o projeto de vida com os jovens, independente se são maristas ou de escolas públicas, pois atendemos gratuitamente, auxiliando o jovem a pensar o seu projeto de vida. Durante este processo oferecemos momentos de espiritualidade, reflexão e retiro na nossa residência. E aqui temos como tradição, todos os anos em agosto, o mês das vocações, então a gente vem fazendo esse trabalho e assim despertar além do lado profissional também o vocacional. Qual a diferença que quero ser no mundo? Não só o fazer, mas também no ser. Qual a diferença que quero fazer no mundo? Qual a diferença que quero ser e fazer na sociedade? Os 120 anos representam uma solidificação de toda uma história que vem acontecendo, passando de gerações em gerações. É tradição. São vidas que passaram por aqui e que marcaram como educação marista. Até o início do ensino médio não fui aluno marista, mas sempre tive muito ligado aos maristas, e isso fez total diferença, por isso escolhi a vocação de irmão marista, como meu projeto de vida, e isso é importante mostrar para os jovens, essa outra opção. E o jovem precisa conhecer, se ele vai aderir depois, vai de cada um”, comentou ele.

Irmão Geandir: “Nossa forma de atuação é trabalhar o projeto de vida com os jovens”

Marcelino Champagnat

Divulgação/RJ

Marcelino Champagnat fundou o Instituto Marista, inicialmente denominado Instituto dos Irmãozinhos de Maria, em 1817, na França. Foi um homem humilde, mas com grandes sonhos e visão de futuro. Dedicou-se à vida religiosa e, com fé em Maria, a Boa Mãe. Construiu uma obra educativa dedicada à educação evangelizadora de crianças, adolescentes e jovens, especialmente aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Champagnat foi canonizado em 1999 pelo Papa João Paulo II, que o reconheceu como santo da Igreja. Hoje, após 200 anos de história, os Maristas de Champagnat (Irmãos, Leigos, Leigas e Colaboradores) ainda dão continuidade à sua obra de educação evangelizadora e cuidam da sustentabilidade da Missão em mais de 80 países. (Fonte: Marista.org.br)