Amvarp quer mais clareza na questão dos pedágios

 

 

Mara Pante

 

A Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo – Amvarp vai encaminhar ofício ao governo do Estado, em especial à direção já nomeada, porém ainda não empossada da Empresa Gaúcha de Rodovias – EGR, manifestando sua preocupação com os 250 funcionários da Santa Cruz Rodovias que ficarão sem emprego nas praças locais. A intenção da entidade é de que a EGR absorva essa mão de obra treinada e qualificada de forma emergencial para que posteriormente participem de um processo seletivo. O assunto foi debatido na reunião da Amvarp desta segunda-feira, 27, com a presença do coordenador de tráfego da Santa Cruz Rodovias, Anderson Luís Corrêa, que falou em nome dos colegas. 

O encontro, que reuniu os prefeitos da região e também os deputados Marcelo Moraes (PTB) e Heitor Schuch (PSB), tratou sobre as alterações propostas pelo Governo do Estado na concessão das praças de pedágio no RS, tema que, além do desemprego vai impactar diretamente no caixa das prefeituras. A questão ainda envolve uma série de dúvidas em relação ao novo modelo a ser proposto pela agência reguladora do Estado, a Agergs, uma vez que nada ficou definido até agora.

 

 

 

 

Segundo reportagem da Zero Hora dominical, a EGR será administrada por 120 pessoas, entre engenheiros, advogados e outros, sendo as demais funções terceirizadas. Não se falou em reaproveitar funcionários atuantes nas atuais praças de pedágio em nenhum momento. “Estamos no meio de uma guerra entre o Estado e a iniciativa privada”, declarou Anderson, funcionário da Santa Cruz Rodovias há 14 anos. “Temos pessoal treinado em guincho e ambulância e também na arrecadação e manutenção de rodovias que ficarão desempregados”, pontuou. Ele pediu que a Amvarp usasse sua força representativa e olhasse pelo grupo que, somado aos familiares chega a mil pessoas. Todos, a partir de maio de 2013, ficarão sem sua fonte de sustento. 

 

 

 

 

 

 

O prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus também recebeu uma comissão de funcionários da empresa privada e entende que a Amvarp e também a Federação das Associações de Municípios do RS – Famurs devam se envolver mais na questão do desemprego. Mas lembrou também que as Prefeituras estão na mesma condição – a mudança poderá tirar perto de R$ 3 milhões por ano dos caixas. É o valor anual que a Santa Cruz Rodovias paga aos municípios na forma de Imposto Sobre Serviços (ISS).  A maior fatia vai para Venâncio Aires, que deve receber até o final deste ano, R$ 550 mil. Santa Cruz receberá R$ 450 mil de ISS só da concessionária, que é o maior arrecadador do tributo nas cidades por onde passa a RSC-287. Em Vera Cruz a concessionária é a empresa que mais recolhe ISS – o montante chegará a R$ 250 mil neste ano, sem contar o valor pago também pelas terceirizadas e Rio Pardo receberá R$ 500 mil de ISS.

 

 

 

A necessidade de trazer alguém para esclarecer como vai funcionar a EGR é premente, mas por enquanto não há como: os estatutos da nova estatal ainda não foram aprovados e não há registro na junta comercial, apenas no final de setembro, quando acontece a posse do presidente Luiz Carlos Bertotto e diretoria, lembrou o deputado Heitor Schuch (PSB). “Daí teremos a quem chamar”, sintetizou. Marcelo Moraes (PTB) anunciou que já vai pedir audiência pública, com data em aberto, com o novo presidente, para então se ampliar o debate.