Em videoconferência realizada na manhã desta quinta-feira, 3, prefeitos e secretários de Educação dos municípios que integram a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) debateram o retorno das aulas presenciais no Rio Grande do Sul, proposto na última terça-feira, 1º, pelo governador Eduardo Leite.
Ficou estabelecido que a região irá aderir ao calendário escolar sugerido pelo Estado, que libera o retorno gradual a partir da próxima terça-feira, 8. No entanto, será de responsabilidade de cada município definir quando e de que forma ocorrerá essa volta às aulas. “Como não houve consenso sobre um retorno regionalizado, devido às diferentes realidades que cada município possui, estabelecemos essa independência para que cada administração municipal, junto a sua comunidade escolar, defina quando ocorrerá o seu retorno”, ressaltou o prefeito de Candelária e presidente da Amvarp, Paulo Butzge.
“Ainda assim, aquelas prefeituras que pensam de forma parecida e possuam realidades semelhantes, podem se unir e definir uma data única de retorno, caso queiram”, complementou o prefeito de Pantano Grande e presidente do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), Cássio Nunes Soares.
Ainda conforme Paulo Butzge, o retorno na região, no entanto, não deve ocorrer já no dia 8 devido aos protocolos estabelecidos pelo governador que precisam ser cumpridos.
O debate da reunião, que durou cerca de duas horas, ainda contemplou a validação ou não do ano letivo para os alunos, diante das condições de Educação estabelecidas em 2020, bem como a interferência da cor das bandeiras no retorno às aulas. “Ou ocorre um retorno gradual híbrido e temos autonomia, ou não volta. Não podemos voltar com a presencial, organizar transporte, merenda e tudo, se precisamos nos organizar diante das mudanças de bandeira que podem liberar em uma semana e fechar na outra”, comentou o prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert.
“Apreensivos com essa notícia”, diz representante regional de secretários municipais de Educação
Seguindo a linha de raciocínio emitida pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), embora tenham que se adequar ao calendário do Estado, os gestores municipais não se mostraram favoráveis ao retorno das aulas neste momento. A representante regional de secretários municipais de Educação da Amvarp, Liziane Madsen Etges, responsável pela pasta em Passo do Sobrado, revelou um estudo que analisou países que voltaram com as aulas antes e após o pico da pandemia.
“Ficamos apreensivos com essa notícia da volta das aulas. Em países como Dinamarca, Inglaterra e Espanha, o retorno feito após o pico da Covid-19 foi mais efetivo. Em contrapartida, vemos países como Israel, que retornou ainda com a doença em crescimento, tiveram que fechar de novo as escolas”, salientou.
O prefeito Guido Hoff, de Vera Cruz, seguiu a mesma linha. “Somos radicalmente contra o retorno neste momento, devido à impossibilidade de cumprirmos os protocolos exigidos pelo governo do Estado.” Hoff, porém, comentou que algumas Emeis particulares de Vera Cruz devem ser liberadas a partir da próxima semana, devido à apresentação de protocolos exigidos para o funcionamento. Conforme a secretária de Educação de Herveiras, Magale Michel Kohl, as aulas no município não devem retornar antes de novembro.