Fotos Divulgação/Internet
Fellini colocou um pouco de sua própria história no filme Amarcord
LUANA CIECELSKI
[email protected]
A edição dessa terça-feira, 02 de junho, da sessão de filmes promovida pela Associação Amigos do Cinema Santa Cruz do Sul, trará um grande clássico italiano, o Amarcord, de Federico Fellini. Lançado em 1973, a obra mistura o mundo real e o mundo dos sonhos, além do onírico mesclado com as percepções pessoais, para falar de um momento difícil da história italiana, a ascensão do fascismo nas pequenas cidades do interior do país.
De acordo com os especialistas e críticos, um dos principais destaques dessa obra é que os atores, em sua maioria, são pessoas comuns, que foram selecionadas nas ruas por seus tipos físicos. Outro ponto importante é forma como essa história é contada. Diferentemente da maioria, ela não tem um início, meio e fim, mas uma trajetória não linear, fragmentada e bem realista, baseada em sonhos, lembranças e imaginações dos personagens.
O filme é muito elogiado pelo enredo, considerado muito bem amarrado. Apesar da grande quantidade de personagens, suas vidas acabam se encaixando na vida da cidade onde a história se passa. Também é elogiada a trilha sonora. Criada por Nino Rota, todas as músicas, além de apoiarem a imagem com total eficiência, funcionam de forma independente do filme.
De uma forma geral, o filme pode ser considerado intimista, por contar um pouco da vida de um garoto – Titta – que descobre sobre si mesmo. Mas esse também pode ser considerado um filme político por falar da Itália fascista, sobre alienação do povo, acomodação às regras, entre outras questões.
A sessão terá início às 20 horas, na rua Sete de Setembro, 489, sede do Sindibancários.
Amarcord foi lançado em 1973
Fellini
Federico Fellini nasceu em Rimini, na Itália em 20 de janeiro de 1920 e foi um dos mais importantes cineastas italianos. Ele ficou eternizado pela poesia de seus filmes, que, mesmo quando faziam sérias críticas à sociedade, não deixavam a magia do cinema desaparecer.
Nascido e criado em Rimini, as experiências de sua infância vieram a ter uma parte vital em muitos de seus filmes, em particular em “Os Boas Vidas”, de 1953; “8½” (1963) e “Amarcord” (1973). Porém, é errado pensar que todos os seus filmes contêm autobiografias e fantasias implícitas.
Em 1993, recebeu um Oscar de Honra em reconhecimento de suas obras que chocaram e divertiram audiências mundo afora. No mesmo ano ele morreu de ataque cardíaco em Roma, aos 73 anos.