Odilon S. Blank*
Antes de reencarnar definitivo, quando apenas está ainda ligado ao feto, o Espírito passa a ser tomado por perturbação, sentindo que chegou a hora de nova encarnação. Esta perturbação cresce continuamente até o nascimento. A medida que se aproxima o momento do nascimento, suas idéias se apagam bem como a lembrança do passado. Estas lembranças lhe voltam aos poucos, após seu desencarne. Suas faculdades desenvolvem-se aos poucos junto os órgãos materiais, a medida que cresce fisicamente. O feto tem a vida animal e o homem tem a vida vegetal e animal que pelo seu nascimento se completa com a vida espiritual.
Quando a vida do feto é abortada, a futura existência é anulada, devendo recomeçar com nova encarnação em um outro corpo. O aborto é um crime grave por transgredir as Leis de Deus, impedindo uma nova existência corporal. Em caso de risco de vida da mãe, justifica-se o sacrifício do feto que ainda não viveu.
Todo homem vicioso é a encarnação de um espírito imperfeito e o homem de bem é um bom Espírito reencarnado. Existem Espíritos evoluídos em ciências, mas moralmente atrasados. A evolução deverá ser nos dois sentidos; devemos alçar voos ao Infinito com duas asas, a do Amor e da Razão.
A grosseria da matéria enfraquece o uso das faculdades da alma; é como um charco que tira a liberdade dos movimentos. Não são os órgãos do corpo que dão as faculdades e sim estas é que desenvolvem os órgãos.
Se nos órgãos estivesse o princípio das faculdades, o homem seria uma máquina sem livre arbítrio e sem responsabilidade por seus atos.
As almas dos que nascem cretinos ou idiotas não raro são mais inteligentes do que todos supõem, mas que sofrem da insuficiência de órgãos para se comunicarem com o mundo exterior, geralmente estão sendo punidos pelo abuso da inteligência em vida anterior. Seu estacionamento é apenas temporário; eles são estropiados do cérebro como o cego o é dos olhos.
(continua)
