Ana Souza
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Uma tecla que devemos sempre bater, ao contrário do que diz o ditado ‘Bater sempre na mesma tecla não adianta’. Mas neste caso, a temática apresentada em um projeto nos faz pensar que devemos, sim, continuar a tocar no mesmo assunto que é de extrema relevância. O Riovale Jornal, em parceria com a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação e integração ao Programa Pacto Santa Cruz Pela Paz, realizou mais uma etapa do projeto que traz como temática as Fake News.
Intitulada “Vale a Verdade, Riovale contra as Fake News”, a iniciativa ocorreu na manhã do dia 7, no Auditório Central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), tendo como público-alvo os estudantes das Escolas Municipais de Ensino Fundamental das Turmas do 8º e 9º ano na faixa etária de 13 a 17 anos. O objetivo é combater a disseminação de informações falsas e compartilhar formas de checagem e fontes seguras de informação, além de reduzir o número de informações falsas circulando em ambientes escolares; fazer com que os estudantes identifiquem facilmente uma informação falsa; reforçar um valor fundamental ao caráter humano que é a verdade e honestidade, fortalecendo o respeito entre os alunos; reforçar os valores culturais da nossa comunidade (ética, educação e verdade) e ter uma comunidade mais esclarecida sobre o risco de notícias falsas.
Como palestrante do evento estava o professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e jornalista Hélio Afonso Etges, que contextualizou a temática “Fake News” e abordou as consequências legais e sociais do compartilhamento de informações falsas. Ele apresentou cases sobre o tema e realizou dinâmicas para a identificação. Fake News são notícias falsas que circulam nas redes sociais e que são espalhadas de forma irregular entre os internautas. Lembrado que falar algo que não seja verdade pode trazer consequências sérias para quem está envolvido pelo post.
“As opções estão colocadas para o combate às fake news. Projetos como este fazem a diferença porque trazem orientações e alertas tanto para adultos, no caso professores e servidores de escolas públicas municipais, quanto os adolescentes, que são os alunos. Esta iniciativa faz-se necessária diante do contexto das tecnologias, que facilitam e ajudam por demais a disseminação de notícias falsas. Seguindo na rota das fake news, o prejuízo será coletivo. Caso se tome o caminho de seu combate com intensidade, como é o caso desta iniciativa, o benefício será coletivo.”
O palestrante citou, durante o evento, um caso recente que ocorreu no Brasil. Uma notícia veiculada no jornal Estado de Minas, em 11 de abril deste ano, relatava que um adolescente havia sido preso por divulgar uma fake de massacre em uma escola de Minas Gerais. Ele havia criado um perfil falso no Instagram para postar notícia falsa e causar pânico na cidade de Fronteira, no Triângulo Mineiro. A Polícia Civil de Fronteira identificou o perfil e apreendeu o adolescente, suspeito de criar perfil falso e divulgar fake news relacionado ao massacre na Escola Estadual João Kopke, localizada no município. No relato ele escreveu “Espero que não demora este dia chegar”, causando pânico em quem leu o post.
Conversar com alunos de ensino fundamental por meio deste projeto e parceria público-privada é um ponto de partida relevante e um começo quem sabe de deixar mais claras as consequências das fake news, destaca o professor e jornalista. “Esta iniciativa pode ser, quem sabe, o caminho para evitar que pessoas sejam mortas, linchadas, ofendidas, acusadas injustamente em função da divulgação de notícias falsas e se consiga construir um caminho de pacificação a começar pelas escolas e haja uma possibilidade de viver em uma sociedade sem muros, escolas sem grades e sem a necessidade de sistemas de vigilância. Esta, para mim, é a importância do projeto.”
O secretário de Educação, Wagner Machado, também frisou o assunto como de alta relevância. “Com certeza sabemos da importância de combater a desinformação e as fake news. Através da palestra, conseguimos diferenciar uma coisa da outra e isso foi essencial para os estudantes. Em abril tivemos uma situação muito complexa e colocou as pessoas em medo em relação aos massacres, justamente por não terem conhecimento para filtrar estas informações que circulam nas redes sociais e este momento de informação para os alunos irá trazer eles para um nível diferente e poderem diferenciar o que é fato e o que é fake.” No dia 27 a palestra será novamente abordada no Anfiteatro do Bloco 18, da Unisc, das 8h30 às 10h.
Muito importante
Aluna da Escola Municipal Leonel de Moura Brizola, Estefany Gabriela Qoos Rauber era uma das estudantes atenta às explicações. Tanto que relatou sobre uma notícia falsa que circulou nas redes sociais sobre vaga de emprego e que os ganhos chegavam a R$ 2 mil por dia. “Gostei muito da palestra e acho importante ficar atenta às notícias falsas. Sempre desconfio de coisas que parecem ter mentira envolvida. É importante ficarmos atentos!”