Everson Boeck
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Com o verão se aproximando eas temperaturas subindo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Santa Cruz do Sul, em parceria com órgãos e entidades locais, está promovendo ações estratégicas de prevenção e combate à dengue para evitar uma possível epidemia.Na região de abrangência da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), quatro municípios registraram larvas positivas desde janeiro, sendo eles Pantano Grande, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Vera Cruz.
Diante disso, a SMS realizou uma coletiva de imprensa na noite de terça-feira, 29 de outubro, no pavilhão central do Parque da Oktoberfest, para apresentar as principais iniciativas que fazem parte do Plano de Contingência da Dengue.Participaram do evento representantes do 7º BIB, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Unisc e secretarias municipais de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade; Educação e Cultura; e Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia.
Divulgação/RJ
Autoridades não descartam possibilidade de um surto no município
ESTRATÉGIAS
A coordenadora de Saúde da SMS, Léa Vargas, explica que dez agentes foram capacitados para atuar em ações que devem chegar à população. “Esses agentes foram qualificados, juntamente com os demais profissionais da rede, isto é, médicos, enfermeiros, agentes de saúde e agentes da dengue. Este grupo trabalhará com o infectologista, Dr. Marcelo Carneiro, focados no manejo clínico e ações educativas de prevenção”, informa. Segundo ela, este grupo já trabalha diariamente para evitar depósitos que favorecem a proliferação do mosquito transmissor, com visitas regulares para monitorar 140 armadilhas em 147 pontos estratégicos, entre ferros velhos, cemitérios e oficinas mecânicas.
PLANO DE CONTINGÊNCIA DA DENGUE
De acordo com Léa, o Plano de Contingência da Dengue tem por finalidade evitar uma possível epidemia. A Comissão de Controle da Dengue é formada pela Vigilância Sanitária Epidemiológica, Controle de Infecção do Hospital Santa Cruz, SMS, além dos parceiros 7º BIB, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Unisc e secretarias municipais.
O Município pretende realizar um reconhecimento geográfico de Santa Cruz do Sul para fazer um levantamento dos índices das residências onde possa haver criadouros com a presença do mosquito da dengue. “A partir destes dados faremos o monitoramento e orientações às famílias”, assegura Léa. O grupo de trabalho formado pelos agentes da dengue e demais órgãos fará visitas domiciliares, prestando informações sobre a doença e dando orientações.
O plano também prevê a formação de parcerias com serviços e instituições que viabilizem o recolhimento de materiais e entulhos que possam servir de criadouros para o mosquito transmissor. O secretário municipal de Saúde, Carlos Behm, destaca que a secretaria já está avaliando a capacidade da rede, desde o fluxo dos encaminhamentos até a infraestrutura necessária para a hidratação venosa dos pacientes nas unidades e plantões. “Temos que estar preparados para garantir suporte laboratorial e hospitalar adequados, disponibilizando horários alternativos e mais profissionais para atendimento”, afirma.
No dia 16 de novembro, todas as ações previstas no Plano de Contingência da Dengue ganharão reforço no Dia Nacional de Combate à Dengue. Nesta quarta-feira, 30 de outubro, as propostas do plano serão apresentadas ao setor de Vigilância Epidemiológica do Estado, conforme preconiza o Ministério da Saúde. Após, passarão pela aprovação do Conselho Municipal de Saúde e Comissão de IntergestoresBipartite (CIB) regional.
EPIDEMIA
Conforme o infectologista Marcelo Carneiro, integrante da Comissão de Controle da Dengue, estão sendo estabelecidas rotinas através dos agentes de saúde para que possíveis focos de proliferação sejam identificados. “Nossa preocupação é que não existam casos graves para que situações como essa não cheguem ao hospital, junto com outras enfermidades”, ressalta.
O médico informa que uma epidemia já está sendo esperada. “Se ocorrer não será uma novidade, pois sempre existiu dengue no Rio Grande do Sul, no entanto até hoje o problema foi menosprezado. Para um surto basta uma condição climática favorável para a proliferação”, exemplifica comparando com a gripe A, que começou a ser alertada pelo governo do estado em 2003 e só em 2009 chegou ao seu pico.
Carneiro alerta para o risco iminente de um surto. “Ano passo foi encontrado mosquito e este ano de novo. Todos os surtos de dengue começam em dezembro com a mesma lógica: começa com o criadouro, vem o mosquito, depois o doente e a morte. Então se todas as pessoas souberem reconhecer um caso suspeito, talvez possamos evitar o óbito. Não é brincadeira! As pessoas precisam tomar cuidados ficarem atentas”, pontua.
O infectologista também frisa a importância de trabalhar o assunto na escola. “É mais fácil e eficaz ensinar a criança e o jovem, que levará a informação para dentro da família e sua comunidade. O adulto já é mais resistente. Por isso, é preciso intensificar este tema na escola, conscientizar sobre as medidas preventivas”, considera.
Sintomas, o que fazer eprevenção
A dengue é uma das mais importantes viroses e nos países de clima tropical, as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, seu principal transmissor. Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, dor nos olhos, febre alta, dor nos músculos e nas juntas, manchas avermelhadas pelo corpo, falta de apetite, fraqueza e, em alguns casos, sangramento da gengiva e do nariz.
A pessoa com dengue deve ficar em repouso, beber muito líquido e utilizar medicamentos apenas para aliviar as dores e a febre, sempre com indicação do médico. A única maneira de evitar a dengue é não deixar o mosquito nascer. Por isso, é fundamental evitar os criadouros, não deixando água limpa parada em recipientes como garrafas, pneus, pratos de vasos de plantas, bacias e copos descartáveis. Também é importante tapar piscinas, caixas d’água, cisternas, tambores, poços e outros depósitos de água.
Everson Boeck
Coletiva de imprensa apresentou o Plano de Contingência da Dengue