Ana Souza
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Um crime brutal deixou os moradores de Rio Pardo chocados. A adolescente Marciele Freitas Pinheiro, de 12 anos, estava desaparecida desde o início da manhã de quinta-feira, 17. Após buscas feitas pelo irmão e o pai, o corpo foi localizado na noite do mesmo dia, dentro de um mato. Moradora do Bairro Boa Vista, Marciele usava o caminho todos os dias, por onde trafegava por um corredor – que liga a Avenida Rio Branco à BR-471 e o entroncamento com a ERS-403 –, para se dirigir à Escola Rio Pardo, no Bairro Guerino, onde estudava.
Foi nas proximidades deste local que o corpo da adolescente foi encontrado. Segundo dados da Brigada Militar, ela estava com o pescoço bastante machucado, tendo neste enrolado um dos cadarços do tênis que ela usava. Investigações preliminares ainda detectaram que a adolescente foi atingida no peito, no pescoço e no braço esquerdo por cerca de 15 facadas.
O levantamento dos dados foi realizado pela Brigada Militar, pelo titular da Delegacia de Polícia de Rio Pardo, delegado Anderson Faturi, pela equipe de investigação da Polícia Civil e pelo Setor de Inteligência da BM. A investigação está sendo feita pela Polícia Civil de Rio Pardo, com a colaboração da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Santa Cruz do Sul. O delegado Faturi informou que está sendo trabalhada a hipótese de homicídio e não de latrocínio, apesar do telefone celular da vítima ter desaparecido. A investigação também aponta para crime passional.
O corpo foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Santa Cruz do Sul para necropsia e, após ser liberado, foi velado na Funerária Petry em Rio Pardo, sendo o enterro às 16h de ontem, 18, no Cemitério Municipal. Marciele completaria 13 anos no dia 29 de maio, residia com os pais e tinha três irmãos.
Durante o velório e enterro, parentes, colegas de Marciele e comunidade prestaram as últimas homenagens para a adolescente. Alunos da 7ª Série da Escola Estadual de Rio Pardo fizeram uma comovente manifestação na manhã de ontem, saindo da escola em direção à capela da Funerária Petry. Traziam nas mãos rosas e cartazes com fotos da adolescente. No Facebook uma imagem de Marciele foi compartilhada entre amigos trazendo as escritas Rio Pardo pede justiça. Inclusive uma campanha já foi lançada pedindo a prisão dos responsáveis pelo crime.
SEM INDÍCIOS
Segundo os policiais que atuam no caso, não foram encontrados indícios de estupro mas, sim, de agressão física. Ela foi encontrada vestida e portando a mochila com o material escolar. A estudante saiu de casa às 7h para ir até a escola e por volta das 9h30 a família foi em busca da adolescente, após receber ligação das colegas de escola que notaram pela ausência dela em sala de aula.
Seguindo orientações da BM e da Polícia Civil, o irmão e o pai da vítima saíram em busca da menina, refazendo o caminho por onde ela costumava passar. Por volta das 20h, encontraram o corpo. Na manhã de ontem, 18, a Polícia Civil começou a ouvir os familiares e amigos da adolescente. Até o fechamento desta edição não havia nenhum suspeito, bem como não foi encontrada a faca utilizada no crime.
