Apesar da suspensão temporária das atividades presenciais, a equipe do Instituto Crescer Legal buscou alternativas para continuar presente na vida dos aprendizes. A dificuldade de acesso à internet em algumas regiões rurais onde o curso é desenvolvido não permite a grande parte dos aprendizes permanecerem online e terem aulas virtuais. E a opção encontrada foi reinventar e reorganizar o modo de compartilhar os conteúdos, o que acabou na produção de material físico para que os aprendizes pudessem realizar as atividades em casa.
Para a entrega dos materiais, foi estabelecida uma logística com a marcação de encontros em pontos de referência nas localidades, com apoio dos municípios parceiros, tudo sem esquecer as normas de higienização e distanciamento social. De acordo com a gerente do Instituto Crescer Legal, Nádia Fengler Solf, além de contemplar a carga horária e os conteúdos do plano de curso com as atividades, a ação teve o objetivo de garantir a equidade, para que todos tenham as mesmas oportunidades dentro da proposta do Programa de Aprendizagem Profissional Rural.
“A equipe está focada em elaborar atividades com uma sequência didática e com garantia que as mesmas possam ser realizadas em casa pelos 141 aprendizes. Eles recebem acompanhamento dentro das possibilidades de cada um e estão fazendo diversas atividades, que vem sendo entregues aos educadores de referência e serão discutidas quando retornarem ao curso presencial. A aprendizagem não parou, graças à capacidade de adaptação dos educadores e às empresas apoiadoras, que mantiveram os contratos com os aprendizes. Os educadores, paralelamente, vêm realizando formações online e compartilhando os conhecimentos em reuniões virtuais em equipe”, ressalta Nádia.
Entre as atividades propostas no curso sobre empreendedorismo e gestão rural, a identidade do jovem e o reconhecimento da propriedade rural fazem parte do processo de desenvolvimento e estimulam os jovens à reflexão. Para a coordenadora de Desenvolvimento de Projetos, Eloisa Klein, proporcionar a reflexão sobre quem é esse jovem e sua história é a base para a formação. Nesse contexto, as atividades incluem: pesquisa envolvendo leitura e diálogo com os responsáveis; levantamento histórico da família e da propriedade; reflexão sobre tipos de propriedade; e mapeamento da unidade quanto ao perfil produtivo e à infraestrutura. “Entre as produções podemos destacar a árvore genealógica da família e o croqui da propriedade, a qual promove a visualização das potencialidades e possibilidades da propriedade”, explica.
SAIBA MAIS – Iniciativa do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e suas empresas associadas, o Instituto Crescer Legal foi fundado em 23 de abril de 2015 com o apoio e adesão de pessoas envolvidas com a educação e com o combate ao trabalho infantil, em especial em áreas com plantio de tabaco, na Região Sul do País. Até o momento, o Instituto já alcançou a marca de 333 jovens formados em seu curso de Empreendedorismo e Gestão Rural. Os aprendizes são contratados pelas empresas associadas ao Instituto e recebem salário para aprender mais sobre gestão rural e empreendedorismo. Em 2020, o Instituto contempla mais sete turmas no Programa de Aprendizagem Profissional Rural. Atualmente, 141 jovens aprendizes são contratados pelas empresas associadas ao Instituto, oriundos dos municípios gaúchos de Boqueirão do Leão, Canguçu, Cerro Branco, Herveiras, Passo do Sobrado, Santa Cruz do Sul e Sinimbu.
Angelica da Silva Machado – -A partir do experimento podemos observar as propriedades físicas do solo como a textura, densidade, fluxo da água entre outras (Santa Cruz do Sul)
Andrieli Taina Weiss – Plantio de sementes para acompanhamento do seu desenvolvimento nas fases da lua (Santa Cruz do Sul) Camily Vitoria Ferreira – Atividade de observação da propriedade (Santa Cruz do Sul) Andréia Luciana Sausen – Atividade de planejamento e gestão do tempo com a leitura e interpretação das atividades (Santa Cruz do Sul)