EVERSON BOECK
[email protected]
Denominado “Táxi com acessibilidade”, o projeto elaborado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos e Permitidos de Santa Cruz do Sul (Agersant) promete mudar a rotina de pessoas portadoras de necessidades especiais que precisam do serviço na cidade. Na sexta-feira, 10, o mesmo foi apresentado à prefeita Kelly Moraes e, ontem, 13 de agosto, à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Santa Cruz do Sul (Apae).
Conforme o presidente da Agersant, Robson Fernando Schultz, o projeto visa fechar uma lacuna na prestação de serviço de transporte individual para deficientes, cadeirantes, portadores de deficiência total ou parcial de locomoção, crianças que necessitem de cadeirinhas para veículos e gestantes. “Para elaboração da proposta a comunidade foi ouvida. Buscamos dados a cerca do tema e descrevemos os itens necessários para comprovar a necessidade do ‘Táxi com acessibilidade’ no município. O material colhido foi formatado por nossa equipe técnica com o apoio da Secretaria Municipal de Transportes e Serviços Públicos”, esclarece.
O projeto envolve a participação de diversas entidades, as quais estão sendo consultadas para opinar. São elas: Prefeitura de Santa Cruz do Sul, Câmara de Vereadores, Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Compede), Apae, Hospital Ana Nery, Hospital Santa Cruz, Brigada Militar, Sinditáxi e Radio Táxi. “Este projeto é feito por várias mãos. Tanto a prefeita quanto a Apae, foram muito receptivos à ideia e apoiarão o projeto”, enfatiza Schultz. A Agersant já entrou em contato com o COMPED e apresentará o projeto na próxima quinta-feira, 16, na sede do mesmo.
Para Schultz, o projeto, que deve estar em pleno funcionamento até o início de dezembro, tem como objetivo maior defender e garantir condições de vida digna às pessoas com limitações de locomoção. “Também queremos garantir a segurança das crianças quando de sua locomoção em táxi e proteger a gestante na plenitude da sua segurança”, comenta.
COMO VAI FUNCIONAR
De acordo com o presidente da Agersant, Robson Fernando Schultz, o serviço de táxi com acessibilidade será prestado exclusivamente para as pessoas:
• Portadores de deficiência e ou dificuldade de locomoção.
• Crianças que necessitam de equipamentos de segurança.
• Gestantes.
• Cadeirantes: crianças, jovens ou adultos que estão em situação de tetraplegia ou paraplegia; enfermos; idosos.
• Pessoas que utilizam muletas: enfermos e deficientes com locomoção parcialmente prejudicada.
O serviço adaptado deverá ser prestado 24 (vinte e quatro) horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados. Além disso, o serviço adaptado será remunerado pelo usuário conforme a tabela tarifária do táxi convencional de Santa Cruz do Sul. “Inicialmente a tarifa não será alterada, isto é, estes usuários não vão pagar mais caro por este serviço”, garante.
Outro ponto enfatizado pelo presidente da entidade é que, além da habilitação, o motorista, bem como seus motoristas auxiliares, deverão comprovar participação em curso específico sobre transporte de pessoas portadores de deficiência e dificuldade de locomoção.
O VEÍCULO
O veículo, que custa em torno de R$ 70 mil, deverá ser novo, com todas as adaptações para todos os perfis de clientes, contendo cadeiras para crianças e adaptação para cadeirantes. Também terão, além do espaço aos clientes especiais, dois assentos para acompanhantes. O uso é exclusivo do grupo descrito no projeto.
De acordo com a proposta, o serviço de táxi adaptado deverá ser praticado em veículo de aluguel com taxímetro, tacógrafo e localizador. “Isso vai permitir que saibamos onde o veículo está, se está ou não dentro do limite de velocidade, se está sendo utilizado para o fim ao qual foi destinado, e uma série de outras vantagens”, exemplifica.
O veículo será adaptado com plataforma elevatória na extremidade traseira ou lateral, conforme planta do equipamento aprovada pelo órgão municipal competente. A cor específica do veículo em será definida em conjunto com a Brigada Militar e haverá a informação em destaque “Táxi com acessibilidade” bem como com o logo universal das pessoas portadoras de deficiência.
A média do quilômetro rodado em Santa Cruz do Sul, segundo o projeto é 3.553 km/mês. Sendo assim o valor do faturamento para quem ficar com o serviço é de R$ 6.928,35 ao mês, uma vez que a margem de lucro (de 30%) é de R$ 2.078,50. A previsão do retorno do capital investido é de 36 meses. “Inicialmente será um veículo apenas. Dependendo da rentabilidade e demanda que ele exigir analisaremos a possibilidade de outro”, frisa.
É possível acessar o vídeo no site Youtube que exemplifica o sistema de rampa
automática que será usado no “Táxi com acessibilidade”, através do link http://www.youtube.com/watch?v=cu5S0YZJM4g
FOTOS: DIVULGAÇÃO RJ
Modelo do veículo semelhante ao que estará nas ruas de Santa Cruz
até o final do ano
O veículo será adaptado com plataforma elevatória na extremidade
traseira ou lateral