Ana Souza – [email protected]
“A indústria nacional lança três novos brinquedos por dia. A ideia é buscar o encantamento das crianças pelos produtos, que serão bonitos, bons, baratos e brasileiros”. Com estas palavras, o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa, falou sobre as expectativas de vendas e metas de crescimento no setor. Na tarde de sexta-feira, 3, ele esteve em visita à indústria de brinquedos Xalingo, de Santa Cruz do Sul.
Segundo Costa, a expectativa de vendas do ano para a Semana da Criança é de 35%. Outros pontos destacados por ele são a venda de produtos importados que interferem no mercado nacional e a redução de preços nos produtos nacionais – que deverá acontecer já nos próximos meses – visando a retomada de parte do mercado chinês. Fazendo um comparativo, enfatizou que de 2010 para 2011 a indústria teve um acréscimo de 13% nas vendas e para este ano a expectativa é chegar aos 15%. “Deveremos movimentar em 2012 cerca de R$ 7 bilhões. O Rio Grande do Sul absorve em torno de 4,5% dos brinquedos comercializados no Brasil.”
Rolf Steinhaus
O diretor administrativo financeiro da Xalingo, Flávio Haas; o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa e o diretor de operações da Xalingo, João Ebert
Do percentual de 15% em vendas, uma parte deverá ser absorvida através da retomada do mercado chinês presente em nível nacional e, para isso, o número de empregados deverá aumentar para 30 mil ainda em 2012. Atualmente são 26 mil empregados. Em 2011 o Brasil encerrou o percentual de 70% em produtos importados e 30% em brinquedos nacionais. “Nossa meta é retomar a participação de, no mínimo, 4% dos importados. Aqui no Brasil temos o DNA do brinquedo e o design é a alma do negócio. Lançamos no mercado 1,8 mil novos brinquedos. A Semana da Criança será uma luta e temos que ter preço e novidades.”
A Abrinq apresentou ao Governo Federal um programa para a região do Mercosul que tem como base a complementação industrial produtiva. O programa prevê alterações nos prazos de pagamentos de tributos federais e estaduais e redução na alíquota de importação de partes e de peças. Em troca, a indústria de brinquedos irá garantir a redução no valor dos produtos entre 2% e 3% em relação ao mesmo período do ano 2011. “A concorrência com o mercado chinês é muito grande. Temos 18 mil pontos de vendas no país. No Brasil são 523 fábricas de brinquedos. E somos produtores de brinquedos há 85 anos.”
XALINGO: HÁ 65 ANOS NO MERCADO
Rolf Steinhaus
Xalingo: mais de meio século de atuação na fabricação de brinquedos
Em Santa Cruz do Sul a Xalingo tem tradição de 65 anos na fabricação de brinquedos. Conforme o diretor administrativo financeiro da empresa, Flávio Haas, a meta de crescimento para o ano é de 15%, sendo que até junho deste ano o percentual chegou a 13%. Conforme ele, a Xalingo tem 85% de seus brinquedos fabricados no Brasil e o restante, 15%, são importados da China. A Xalingo conta com 350 funcionários efetivos e outros 200 em período de maior produção.
