Início Colunas A volta do trem de ferro

A volta do trem de ferro

O transporte de cargas e passageiros no Brasil mantém a característica rodoviarista, opção governamental feita em meados do século XX – dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs) apontam que os caminhões atendem a 66% do volume de cargas nacional. Porém, a ferrovia vem despontando como primeira alternativa quando se pensa em diversificação. Só neste ano, os investimentos previstos somam R$ 11,6 bilhões, que serão aplicados na construção de 3.121,5 quilômetros de ferrovias – entre elas as Norte-Sul, Oeste-Leste, EF Carajás, Transnordestina,  Ferronorte e os Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) de Sobral, no Ceará, e Macaé, no Rio.
A estimativa corresponde a um levantamento das obras em andamento, feito pela Revista Ferroviária. Dados da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) mostram que nos últimos oito anos o investimento em ampliação e modernização das unidades existentes, além da construção de novas instalações fabris e em tecnologia, somou R$ 1,1 bilhão. Essa parcela do mercado prevê a aplicação de mais R$ 250 milhões até o final de 2013. Os números dão a dimensão da expansão desse setor que, segundo Norberto Fabris, diretor-executivo de implementos e veículos das empresas Randon, cresce a taxas de 25% ao ano.
Desde 2006, ao menos 127 empresas começaram a operar no mercado ferroviário brasileiro, entre elas indústrias metalúrgicas, de auto-peças, multinacionais e grupos recém-criados. Todas atraídas por um mercado que, segundo a Abifer, irá demandar a construção de 40 mil vagões, 45 mil carros de passageiros e 2.100 locomotivas em dez anos. Regina Perez, diretora da feira Negócios nos Trilhos (uma das mais importantes mostras do setor, que aconteceu entre 8 e 10 de novembro em São Paulo), exemplifica o crescimento do transporte ferroviário brasileiro com os números da malha MRS, que apesar da pequena extensão tem a maior densidade de tráfego do País (a operação liga Minas Gerais ao Rio de Janeiro e a São Paulo, chegando até o porto de Santos).
“Antes da privatização, essa linha carregava 40 milhões de toneladas ao ano. Era considerada o filé mignon do Brasil. Hoje, 15 anos depois, o volume de cargas chega a 153 milhões de toneladas”, disse ela ao ponderar que o Brasil ainda não atingiu o nível de eficiência europeu, que permitiu a determinação de que todas as cargas perigosas sejam transportadas exclusivamente sobre trilhos.

texto de Clarisse de Freitas

Finalmente o Brasil acordou para este transporte tão eficiente. No passado, muitos governos sucatearam o setor em nome dos fabricantes de caminhões. Hoje nossas estradas não suportam mais este tipo de transporte devido à grande quantidade de caminhões rodando. A alternativa mais segura e mais barata será o transporte ferroviário. Pensemos nisso.

“EXPRESSÕES LATINAS”: Animus laedendi. De laedere – fazer mal, maltratar, danificar. Intenção de lesionar, praticar lesão, ferir. CP: art.129.

“Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos realidade”.