Quando se fala em Deus, algumas pessoas acham “ridículo” ou “patético”. Ou algo pouco prático, ou desnecessário. O reflexo disso é perceptível na sociedade atual. Vejam uma manchete do G1 em agosto de 2019: “Pela primeira vez, Espanha tem mais ateus e agnósticos do que católicos praticantes”. Apesar disso, a cultura popular ainda apresenta traços relacionados à crença em Deus.
Um exemplo é o escritor de quadrinhos Grant Morrison, escocês. Morrison diz que já teve contato com Deus. Quem conhece um pouco sobre a doutrina cristã, já ouviu falar da Trindade: Deus e suas três expressões, Pai, Filho e Espírito Santo. Morrison, em uma interpretação que pode ser confirmada ou não pelo autor, trabalhou a questão em pelo menos três obras: “All-Star Superman”, “Batman: Asilo Arkham” e “Mulher-Maravilha: Terra Um”.
A visão de Morrison sobre o Super-Homem é bastante curiosa, quando o personagem atinge tal estado de iluminação em que ele se torna o nosso Criador, o Pai. No que se refere a Batman, o escritor o compreende como Filho (vale lembrar que Batman foi publicado pela primeira vez em 1939, depois da criação do Super-Homem. Basicamente, o Batman foi inspirado no Super-Homem). O Batman é uma espécie de salvador de Gotham City, o que de alguma forma nos remete a Jesus, o Filho. Em “Asilo Arkham”, Morrison imbui o “homem-morcego” de compaixão para com seus “vilões”. A inspiração em Jesus é clara.
Quanto ao Espírito Santo, pois bem, o Espírito Santo é o amor. Nos quadrinhos, a mensageira do amor é a Mulher-Maravilha, que saiu da Ilha Paraíso para trazer a bandeira da paz ao nosso mundo. Em “Mulher-Maravilha: Terra Um”, Grant Morrison transforma a super-heroína em deusa do amor, uma nova “Afrodite”, a deusa grega de rara beleza. A Mulher-Maravilha é dotada, acima de tudo, de carinho. Obrigado, Morrison.