A humanidade passa por experiências nostálgicas frequentemente. Na década de 1990, por exemplo, a cultura resgatou aspectos vividos na década de 70: liberdade sexual e música “disco”. Na década de 2000, os anos 80 foram revividos. E, desde o final dos anos 2010, temos visto um resgate da década de 90.
A área da publicidade é pródiga neste tipo de experiência nostálgica. Ao assistir televisão, não é anormal percebermos alguma música noventista em uma propaganda. A teledramaturgia explora a nostalgia também. Poucos anos atrás, em 2019, a TV Globo exibiu a novela “Verão 90”, que trouxe referências à MTV e ao tetracampeonato mundial da Seleção Brasileira em 1994.
De fato, não há muita regra quando se quer escolher “a melhor época”. Depende muito da experiência individual. No YouTube, ao acessar um vídeo de 2013 ou 2014, você provavelmente vai ler algum comentário, escrito em 2021, dizendo que anos como 2013 e 2014 seriam os “anos dourados”.
Em entrevista ao programa de televisão “Manhattan Connection”, alguns anos atrás, o jornalista Ruy Castro disse algo interessante sobre as diferentes épocas do Rio de Janeiro. Segundo ele, cronistas de épocas diferentes se referiam ao presente como a decadência do Rio de Janeiro.
Ou seja, um cronista da década de 1940 entendia que sua época (a década de 1940) era a decadência do Rio, considerando que o passado tinha sido melhor. Da mesma forma, um cronista da década de 1960 entendia que sua época (a década de 1960) era a decadência do Rio, considerando que o passado tinha sido melhor.
Muitas vezes, nos apegamos a um conceito de verdade rígida que não pode ser aplicada em diversos casos. Portanto, a subjetividade é de um valor essencial para a humanidade, pois todos nós carregamos “verdades” que são nossas, próprias, que podem sim ser compartilhadas com a sociedade. Precisamos entender a subjetividade, pois ela diversifica a cultura humana, nos torna mais ricos enquanto sociedade, enquanto espécie humana.