“No pequeno planeta Terra, perdido como uma partícula de areia na vastidão do oceano sideral, surgiu o fenômeno mais complexo e maravilhoso: a vida. Esta tomou as formas mais diversas e inimagináveis, dentre as quais, a mais surpreendente é a espécie humana. Alguns são dotados de elevados níveis de generosidade e heroísmo, na medida que dão suas vidas para a melhoria e bem estar de seus semelhantes. No outro extremo há outros com instintos de crueldade e maldade.” – Esteban Volkov.
Após a 1ª guerra mundial surgiu um fenômeno surpreendente na Europa, especialmente na Alemanha e na Itália: o nazismo. A ideia básica dessa ideologia extremista é a de que os seres humanos são desiguais. Hitler afirmava que a maioria de inaptos deveria ser governada por poucos aptos. O racismo via na maioria raças inferiores aos brancos arianos. A crise dos anos trinta do século passado proporcionou a ascensão do nazismo, a ideologização da política externa e a consolidação do fundamentalismo nazista da raça pura ariana.
O regime na Alemanha condicionou a imensa maioria da população a idolatrar seu líder e a acreditar no nazismo. Então surgiu nas hostes oficiais uma máquina de extermínio, sendo o alvo principal os judeus. Poloneses e opositores ao regime também sofreram a sanha genocida. Tal foi o fundamentalismo, que o povo aceitava os assassinatos a sangue frio praticados por agentes que abandonaram os valores humanos mais caros pela nova ordem. Exterminavam como se extermina ratos. Não havia remorso, pudor ou sentimento de culpa. Depois de um assassinato, o agente convivia com sua família come se tivesse apenas usado um inseticida.
O ódio ancestral combinava fundamentalismo, totalitarismo e genocídio, tal qual os romanos na prática antissemita do Império.
A crise gerada pelo golpe no Brasil fez ascender o neonazismo. Empenhada em demonizar Lula e o PT, a grande mídia brasileira aplaudiu as ações “políticas” da Lava-Jato e não percebeu que não eram os liberais que ganhavam terreno, mas o extremismo neonazista, com ações subterrâneas comandadas do exterior. Só o grupo bolsonarista não seria capaz de levar um candidato sem estatura pessoal e politica ao topo sem essa ajuda externa. E seus defensores adaptam-se ao fundamentalismo, incorporando o ódio, a violência, o preconceito e o racismo, atuando na sociedade como robôs, desejando o extermínio dos “petralhas”.
Os governos petistas não romperam com a lógica do sistema. O modelo econômico seguiu o mesmo dos governos anteriores, apenas acrescentou tintas sociais-democratas, tal qual a Europa depois da guerra: distribuiu renda, mudou a bipolarização mundial na economia com a criação dos BRICS e saiu da dependência norte-americana para ganhar status de potência econômica. Conciliaram os interesses nacionais com as economias pobres e emergentes.
Já, o novo governo eleito acena com o ódio social, com uma ruptura com o modelo vigente para um modelo neonazista, fundamentalista, racista e de extrema violência com os opositores, com ameaças candentes de extermínio dos “petralhas”. E uma grande parte da população, cegada pela propaganda dos últimos anos, que inverteu a lógica da justiça para superar o ciclo virtuoso petista, adere ao extremismo, perdendo a capacidade de percepção, agindo como uma massa de robôs, cegada pela onda nazista que está levando o Brasil a um ciclo desastroso, tanto do ponto de vista moral, como econômico.
Luiz Augusto Rodrigues – [email protected] – Advogado