O Brasil vive uma discussão intensa em torno dos programas de transferência de renda. Desde os governos petistas, o país conta com o Bolsa Família, que distribui renda às pessoas mais pobres. O Bolsa Família, por sua vez, é uma reformulação de programas realizados ainda nos tempos do PSDB à frente do governo federal. Com a pandemia do coronavírus, que fragilizou extremamente a economia, o governo atual tem favorecido aos mais pobres com o auxílio emergencial.
A discussão agora passa, entre outros aspectos, sobre o que será feito após a pandemia em relação à transferência de renda. Uma reformulação do Bolsa Família poderá acontecer, com o intuito de tornar essa transferência maior e mais abrangente. Vejam só, o Brasil hoje é governado pela direita, com uma mescla liberal-conservadora, mas este governo, mesmo sendo direita, tem uma percepção realista, pois entende que a transferência de renda aos mais pobres é necessária. E, de fato, ela é necessária.
Mas é preciso ter um certo cuidado com esta possível reformulação. Um alerta importante foi feito pelo jornal ‘Extra’, em matéria publicada no dia 26 de agosto. Naquele momento, era muito forte o debate em torno da criação do Renda Brasil, programa que substituiria o Bolsa Família e que, segundo o jornal, permitiria “uma economia de cerca de R$ 4,3 bilhões aos cofres na União”. Como seria feita essa economia? Leiam o que escreveu o ‘Extra’: “O governo estuda terminar com programas sociais como abono salarial do PIS/Pasep, Farmácia Popular, tarifa social de energia elétrica, além do seguro-defeso e o salário-família”.
Conforme o jornal ‘Extra’, esses programas “atendem a mais de 33 milhões de brasileiros”. Vale ressaltar, a notícia é do final de agosto, mas, de toda forma, nos coloca diante de um debate essencial, pois não seria nada positivo que o governo reformulasse o Bolsa Família com o intuito de retirar outros programas. Afinal, esses programas são fundamentais na vida de muitos cidadãos.