Início Bastidores dos Festivais A música e a poesia dos festivais traduzidas do Enart

A música e a poesia dos festivais traduzidas do Enart

Os festivais de música assumiram no mercado da música regional o papel de “fábricas” de músicas. Em média são realizados 2 festivais por final de semana, cada um destes apresenta e lança neste “mercado cultural” cerca de 10 músicas por edição. Assim, centenas de composições são produzidas e apresentadas anualmente. Mas onde será que esta arte ganha vida?
Os concursos amadores acabam assumindo um papel importantíssimo no “sistema” de divulgação da música regional. São nos palcos como do Enart, que estas obras ganham vida. Neste tablado mágico os personagens e as histórias criadas nas músicas, saem das páginas escritas e dos CDs gravados, para se tornarem os grandes “astros” desse espetáculo chamado Enart.
Coreógrafos se inspiram em clássicos dos festivais para elaborarem as coreografias de entrada, saída e entre danças. Já os intérpretes solistas vocais, buscam em seus ídolos a inspiração e nos discos dos festivais o repertório. O músico Mário Tressoldi acredita que o Enart contribui para que “as músicas feitas nos festivais, não entram no esquecimento de um CD nas prateleiras das prefeituras organizadoras dos festivais”. A cantora Aninha Pires, confira esta afirmação, ao relatar o dia em retornou a uma final do Enart, como expectadora, e teve a grata surpresa de ver novas intérpretes defendendo temas de sua autoria ou gravados na sua voz.
Mas não são apenas as invernadas e os intérpretes que contribuem para que estas composições ganhem vida, o fole das gaitas, as cordas dos violões e bandonions, nas demais modalidades individuais, também utilizam deste tom “festivaleiro” para suas performaces em palco. Já os declamadores, traduzem em gestos e sentimentos as emoções que os poetas, escrevem e transcrevem nos versos participantes e premiados nos festivais.
Apesar de muitas pessoas, acharem que os dois segmentos não tem relação, por suas regras serem distintas, Leandro Berlesi comenta que apesar dos objetivos aparentemente serem diferentes,  serem bem diferentes, temos um elemento comum entre eles, o regionalismo. A necessidade de cantar e enaltecer as coisas da nossa terra, arte, história, mitos, questões sociais.
O Jornalista Jairo Reis, da Rádio Rural, salienta aspectos que relacionam o Enart aos festivais de música e de poesia realizados no RS. Diz que “os dois segmentos valorizam a arte e a cultura regional gaúcha; ambos são certames competitivos, nos quais quase sempre impera a amizade e até mesmo a fraternidade. Enart é também um fator de integração entre jovens, adultos e crianças através da valorização da arte, da tradição e da cultura regional gaúcha.”
Encontro de Artes e Tradição Gaúcha – Enart, o “palco da vida”, ali é onde se tem o contato com os primeiros desafios, adquiri-se força, conhecimento e reconhecimento, para quem sabe no futuro, alçar vôos mais altos, e um dia estes participantes tornarem-se também artistas da música regional gaúcha.