Uma iniciativa colocada em prática no início deste ano pelo Departamento Municipal de Cultura, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, recebeu um importante reconhecimento na sexta-feira, 27 de julho.
O projeto desenvolvido com as detentas do Presídio Regional de Santa Cruz, intitulado À Flor da Pele, foi agraciado pela Academia de Belas Artes de Niterói, Rio de Janeiro, com a distinção Mérito Humanitário. Por meio do projeto já foram realizadas atividades como oficinas de poesia, literatura, dança e desenho.
Alyne Motta
Academia de Belas Artes de Niterói entregou distinção pelo projeto “À flor da pele”, realizado com detentas
“Ver o outro. Este é o foco do projeto. Reconhecer que as detentas precisam ser vistas e que isso implica permitir que a vida na prisão não seja uma lacuna no tempo delas. Nada pode ser mais cruel na vida do ser humano do que a completa falta de algo a ser conquistado”, declara a coordenadora de Cultura, Marli Silveira.
Além de participarem das oficinas, as detentas produziram textos que resultaram na Revista Nua e Crua, que será lançada na Feira do Livro, no Presídio e em outras oportunidades. Este projeto conta com o apoio da direção do Presídio Regional e do Instituto Padre Reus que fez a edição e impressão da obra.
Melissa Braga
Textos produzidos resultaram em revista
“Queremos que a revista seja um instrumento capaz de motivar outros olhares para as detentas, dirimindo preconceitos e visões menos altruístas. Não estamos falando de best sellers, mas de uma obra escrita por mãos que não tiveram oportunidades, mas estão cheias de sonhos e desejos de recomeçar”, diz Marli.
Para o segundo semestre estão sendo construídas outras possibilidades como uma oficina de artesanato que seja capaz de promover dois aspectos básicos na rotina das detentas. De um lado estimular elas para criarem e de outro, produzir artigos que possam gerar alguma renda.
Melissa Braga
Encontros fazem com que as detentas sintam-se produtivas
“Creio que um dos objetivos que deve ser perseguido e alcançado é garantir que as detentas possam se sentir produtivas, realizando atividades que gerem renda e habilidades afirmativas”, destaca Marli. Diversos encontros foram realizados com as moradoras do presídio.