EVERSON BOECK
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Depois de alguns anos lutando contra a pressão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outros antitabagistas quanto a restrições na produção e plantio de tabaco no Brasil, o futuro da cultura no País parece promissor. Esta é a visão do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Stifa), Sérgio Luiz Pacheco.
Para o dirigente, o fato de o documento final da 5ª Conferência das Partes (COP 5), que tratou dos artigos 17 e 18 do tratado da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), não ter incluído em seu texto medidas restritivas à produção de tabaco, como limitação à área plantada com a cultura, redução do crédito e da orientação técnica e o desmantelamento de instituições que operam em defesa dos fumicultores, foi uma vitória para o setor e trouxe um alívio para o produtor. “Nós, juntamente com as demais entidades representativas dos fumicultores e dos trabalhadores da indústria do fumo, conseguimos mostrar para a Anvisa e seus apoiadores a importância do tabaco para os três estados da Região Sul e para toda a economia do Brasil como um todo”, argumenta.
Pacheco frisa que o setor está bastante confiante quanto à situação do mercado daqui para frente. “Durante os últimos anos, escutamos calados duras críticas quanto à produção do fumo. Reagimos e rebatemos julgamentos infundados. Há pessoas que ficam em gabinetes dando ordens e assinando documentos sem sequer conhecer um pé de tabaco e a realidade das famílias que trabalham com essa cultura. Nossa produção é de muita propriedade e responsabilidade. Temos mão-de-obra de primeira linha e um cigarro de alta qualidade. Sempre haverá mercado lá fora para o nosso produto”, ressalta.
Além disso, segundo o presidente do Stifa, as indústrias hoje em dia estão investindo muito na capacitação dos safristas. “A maioria das empresas tem interesse que os trabalhadores retornem na safra seguinte e, por isso, investem neles e os valorizam. É fato que nossa região produz o melhor tabaco do mundo e o responsável por isso é o produtor”, resume.
Com 44 anos de idade, Pacheco, que está no terceiro mandato como presidente do Sindicato, iniciou sua carreira na indústria do fumo em março de 1969. Ele enfatiza que defende a questão social da cultura do tabaco. “Para mim fuma quem quer, o que não se pode é que milhares de famílias sejam impedidas de um trabalho legalizado, que gera renda, impostos e aquece a economia, sem que outra cultura seja oferecida como alternativa”, considera.
EVERSON BOECK
Pacheco está no terceiro mandato como
presidente do Sindicato
O SINDICATO
Em 1948, um grupo de empregados da Companhia Brasileira de Fumos em Folha, hoje Souza Cruz SA, fundou a Associação Profissional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo. Foi esse grupo que, em 15 de outubro de 1948, recebeu a representatividade de Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo de Santa Cruz do Sul. Um dia de festa para os fundadores Alois Richard Andraschko, Arthur Luiz Seibert, Osvino Hermes, Guilherme Steinhaus, José Vicente Gomes e Magdalena Sins, e tantos outros que já faziam parte da associação.
A primeira sede do Sindicato foi alugada em setembro de 1949. A sala localizava-se na Marechal Floriano nº 895, na cidade de Santa Cruz do Sul. Um ano depois se elegeu uma nova diretoria, que estendeu suas atividades até 1953.
A partir de 1957 e por mais 18 anos, Roberto Adolfo Hartungs exerceria a presidência do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo de Santa Cruz do Sul. Algumas modificações importantes aconteceram neste período. A autorização, em Assembleia Geral Extraordinária – em dezembro de 1957 – da compra de um terreno para a construção da sede própria e a iniciativa da diretoria em ampliar a atuação do sindicato junto aos trabalhadores do município e da região são exemplos de uma diretoria que não passou em branco na história destes 50 anos.
A denominação Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Santa Cruz do Sul foi instituída em 1959, quando passou a atender não só os profissionais do fumo, mas também as demais empresas do setor de alimentação. Antes da construção da sede própria, efetivada somente em 1965, o sindicato mudou para um prédio na Rua Carlos Trein Filho, 1658.
Em 1969, a diretoria do sindicato obteve a aprovação para efetuar um empréstimo junto ao Instituto Americano para o Desenvolvimento do Sindicalismo Livre (Iadesil) para a ampliação da sede própria localizada na Rua Fernando Abott esquina com a antiga Rua Rodrigues Alves, atualmente denominada de Rua Roberto Hartungs.
Em março de 71, ainda sob a liderança de Hartungs, o sindicato teve sua base territorial estendida aos municípios de Vera Cruz (que permanece ainda hoje) e Venâncio Aires (que criou base própria posteriormente).
Atendendo a 2.950 trabalhadores associados, o Stifa teve seu problema de espaço físico resolvido e novas instalações foram somadas à antiga sede. Além do auditório, passou a oferecer um salão de festas, duas salas de cursos, uma sala de reuniões, três consultórios médicos, um consultório odontológico, um gabinete para o presidente, três salas de espera e uma farmácia. A estrutura constituiu-se de 1.097 metros quadrados, sendo 759 m2 da construção nova e 338 m2 da antiga. Houve ainda a recuperação da parte onde já estavam sendo prestados os atendimentos. O corte da fita inaugural foi realizado pelo prefeito da época, Armando Wink, e pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região, Dorval Knak.
(Saiba mais sobre o Stifa no site http://www.stifa.org.br)
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Sindicato foi fundado em 1948 para representar os trabalhadores da
indústria do fumo