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Lembranças do meu Natal

Suilan Conrado
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Nascida dois dias depois do menino Jesus, Helô, como é conhecida por todos  e chamada pelos amigos, emociona-se ao relembrar as histórias de Natal que viveu na infância e adolescência.
O “Beco”, carinhosamente assim chamada a Rua sem saída na qual morava com seus pais e irmãos, marcou o início da biografia da menina que tinha medo do Papai Noel, mas se encantava com o grande Pinheiro de Natal, decorado com chumaços de algodão em neve.
O pinheiro, acreditava Helô, era enfeitado pelo próprio Bom Velhinho, sempre em uma noite repleta de mistérios, em que uma espécie de cortina improvisada por dona Lorecy, sua mãe, trataria de encobrir aos olhos curiosos dos filhos, o que se passava na sala da casa. E se eles descobrissem a verdade?
Descobriram. Em um dezembro longínquo, desrespeitaram as ordens do Seu Vadis, homem rígido, pai exigente. Levantaram de suas camas e ousaram espreitar o que acontecia por trás do véu. O que viram não foi o Velhinho de vestes vermelhas e barba branca, mas a fúria de seu próprio pai.
“Até hoje não soubemos se aquela zanga foi pelo fato de termos descoberto a verdade, ou por termos desobedecido-o ao sair da cama”, diverte-se Helô.

 Arquivo Pessoal Heloisa Pierozan

Dezembro de 1989. Irmãos e sobrinhos reunidos para celebrar o Natal. Helô não está na foto, pois foi quem registrou o momento da família com o “temido” Papai Noel

Quanto a ter desvendado o segredo acerca da montagem do Pinheiro, Helô declara não ter se decepcionado. “Não foi um desapontamento, não fiquei triste. Lembro apenas de ter ficado surpresa e pensado: Mas então era o pai?!”
Hoje, tantos anos depois, a menina que ganhava um “presente melhorado” em função de aniversariar logo após o Natal, tornou-se uma mulher guerreira, que já enfrentou diversas adversidades na vida, mas nunca perde o bom humor.
E neste Natal, a ceia vai ter um gostinho novo para Helô. É que pela primeira vez, a noite mais deliciosa do ano, será celebrada em sua residência.
“Habitualmente, passamos o Natal na casa de minha mãe, mas este ano, resolvi convidar a todos para festejar lá em casa”.
No “Menu”, o clássico Peru não vai faltar, mas Helô promete mais. “ Adoro cozinhar, e vou preparar uma receita de bacalhau para incrementar a ceia”, revela.
O tradicional Amigo Secreto, faz parte dos dezembros da vida da capricorniana. Proveniente de família grande, sempre adorou escolher os papeizinhos.
“Se tenho condições, presenteio a todos, mas isto depende da circunstância financeira daquele momento”, explica Helô, que além de divertido, acha o Amigo Oculto uma alternativa para não estourar o orçamento.
E tratando de finanças, o que não pode faltar nas festas de Heloisa Pierozan, é a decoração. Para ela, um ambiente bem enfeitado dá o clima para qualquer reunião, e tratando-se de Natal, as guirlandas, velas, pinheiro e luzinhas, são capazes de promover o espírito natalino, aguçando o envolvimento entre os convidados.
“Gasto mais com a decoração do que com o vestido”, confessa a filha da Dona Lorecy e do saudoso Seu Vadis.
Que o cenário seja impecável, a ceia saborosa, o vestido encantador.
Mas para a garotinha que temia o Papai Noel, o verdadeiro espírito de Natal é estar com a família e cercada de bons amigos, sempre.