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Dia Unificado de Lutas pelas Mulheres

O evento contou com caminhada em homenagem ˆs mulheres, manifesta›es contra o machismo, alŽm de interven›es art’sticas com falas de personagens feministas

Sara Rohde
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O dia oito de março é marcado por uma data histórica de luta e resistência. Mas o Dia da Mulher não é somente em março, são todos os dias. São todos os dias que a mulher, mãe, filha, irmã ou amiga, luta por seus direitos, por salários iguais, por mais segurança, mas, também são todos os dias que mais mulheres morrem nas mãos dos homens, pelo fato de ser mulher. E a violência não diminui, pelo contrário, ela só aumenta. 
Um levantamento feito pelo Monitor de Violência, em parceria com o G1, o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, constatou que o número de feminicídios em 2018 aumentou comparado com 2017 , de 1.047 para 1.173. De acordo com os dados, uma mulher é morta a cada duas horas no Brasil.
Para dar um fim à violência, cobrar direitos iguais, ter a liberdade de poder usar qualquer roupa, caminhar livremente nas ruas e não ser estuprada, e ainda garantir uma vida tranquila e segura, foi realizado na última sexta-feira, 8, o Dia Unificado de Lutas pelas Mulheres.
O evento organizado pelo Movimento Mulheres em Luta de Santa Cruz do Sul, juntamente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, e demais entidades, contou com caminhada em homenagem às mulheres, manifestações contra o machismo, além de intervenções artísticas com falas de personagens feministas como Frida Kahlo, Malala, Simone de Beauvoir, Maria da Penha, Marielle Franco, Nísia Floresta, e as sufragistas, papel fundamental na conquista do direito ao voto. 
Conforme umas das organizadoras do evento, Nicole Garske Weber, Santa Cruz está sendo marcada por um público feminino que luta contra o machismo, “nós reunimos democraticamente todas as mulheres para que lutássemos por direitos, para lutarmos pelas novas gerações, e também para realizar homenagens às mulheres que garantiram os direitos que desfrutamos hoje”, disse. 
Segundo Nicole, “nós mulheres somos metade da humanidade e mães da outra metade, então vamos cuidar um pouco mais umas das outras, pois os dados estão aí e a gente está morrendo. No momento em que saímos com medo na rua, e ficamos com medo em casa, não somos livres. É contra esta estrutura machista, contra a masculinidade tóxica, que devemos mudar o paradigma, para que as mulheres possam lembrar da gente com orgulho, como a gente lembrou as homenageadas do evento”.
Entre as participantes esteve a presidente da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul, Bruna Molz, que falou sobre o seu cargo na política, “em 2012 eu concorri a vereadora e fiz 90 votos, fui motivo de piada e humilhação. Muitos riram porque eu sou mulher, jovem, e ouvi dizer que a minha causa é futilidade, mas não é, é caso de saúde pública. Infelizmente a gente vive em uma sociedade machista, que tenta nos diminuir, diminuir as nossas lutas e o que a gente pensa, mas eu não me senti acuada. Voltei mais forte e em quatro anos fui eleita com 1.673 votos, por isso que quero dizer: lugar de mulher é sim na política”. 
Bruna destacou a importância da conquista da mulher em cargos políticos, “a gente hoje tem 51% dos votos no Brasil e quantas mulheres são eleitas? Ao começar por Santa Cruz, município com 17 vereadores e apenas duas são mulheres. Vejo tantas mulheres fortes, com luta, empoderadas que podem concorrer a vereadoras. Devemos buscar nossos ideais, buscar o nosso lugar na política, pois nós somos a diferença que queremos fazer no mundo”.

Denuncie qualquer tipo de violência contra a mulher: ligue 180