Início Geral ACI Tá na Hora | Resiliência climática é desafio na RSC-287

ACI Tá na Hora | Resiliência climática é desafio na RSC-287

Diretor da Concessionária Rota de Santa Maria prevê obras de prevenção contra inundações

Conterato ressaltou a políticos e líderes empresariais que a RSC-287 é uma rodovia extremamente exposta a enchentes
Rodrigo Assmann

Lucca Herzog
lucca@riovalejornal.com.br

O diretor-geral da Concessionária Rota de Santa Maria, do Grupo Sacyr, abriu os encontros do Tá na Hora de 2025 na última terça-feira, 11. Durante o tradicional evento da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz, Leandro Conterato abordou o tema da duplicação da RSC-287 e a necessidade de tornar a infraestrutura rodoviária mais resiliente diante de episódios como as enchentes de 2024.

Para uma plateia formada por autoridades, políticos e líderes empresariais da região, o palestrante detalhou as obras que estão em andamento. Hoje, a Rota de Santa Maria trabalha em duas frentes: uma na área urbana da Tabaí (do km 28 até o km 30) e outra em Santa Cruz do Sul (do km 101 até o km 105), entre a Avenida Melvin Jones e o trevo da BR-471.

“O trecho, de aproximadamente 3 km, não é muito extenso, mas de grande complexidade urbana”, observou Conterato, referindo-se às obras iniciadas em Santa Cruz. No local, há uma frente de detonação de rochas, que vem acontecendo desde novembro do ano passado. A previsão é de que essa parte seja concluída em agosto deste ano, incluindo marginais, passarela, dispositivos de retorno e interseções.

Resiliência climática

As enchentes de maio de 2024 impactaram o cronograma original das obras de duplicação previstas no contrato de concessão. Duramente afetados pelo desastre climático, muitos trechos da rodovia foram totalmente destruídos, obrigando a concessionária a desenvolver novos estudos e projetos, que foram encaminhados à Secretaria Estadual da Reconstrução Gaúcha.

“Além das obras de reconstrução não previstas, teremos que investir também em infraestrutura, para que resistam a novas possibilidades de eventos climáticos extremos”, explicou Conterato. “Os últimos meses foram de muitos estudos e projetos técnicos, que constatam que a 287 é uma rodovia extremamente exposta a enchentes, pela região geográfica e o fato de ela cruzar por importantes bacias hidrográficas. O que está se encaminhando são os parâmetros de resiliência climática, que incluem materiais mais resistentes, como aterros de pedra em trechos mais vulneráveis, implantação de pontes secas, ampliação no tamanho das pontes existentes e o alteamento da rodovia.”

Demandas da comunidade

Outro ponto abordado no encontro foram as demandas encaminhadas à concessionária pelas comunidades impactadas pela duplicação da rodovia, como alterações no projeto original. A proposta de mudança no traçado das curvas de Linha Pinheiral, em Santa Cruz, é uma delas, cujo projeto de viabilidade técnica, econômica e ambiental já foi encaminhado à Secretaria de Reconstrução do RS e aguarda avaliação. “Temos muitas outras demandas que envolvem desde a posição de passarelas à criação de dispositivos que permitam a acesso destas comunidades à rodovia, facilitando o trajeto”, revelou o diretor.

O presidente da ACI, Ario Sabbi, reforçou a importância de um trabalho de consenso com relação às demandas. “Pelo diálogo e o bom senso, respeitando-se os contratos, é possível chegar a soluções que atendam as partes envolvidas, priorizando sempre o bem comum, o desenvolvimento econômico da região e, acima de tudo, a segurança e a vida dos que trafegam nesta rodovia”, frisou.

Saiba mais

A RSC-287, que possui extensão de 204,5 km entre Tabaí e Santa Maria, é uma rodovia estadual administrada pela Concessionária Rota de Santa Maria, do Grupo Sacyr. A concessão de 30 anos, iniciada em agosto de 2021, prevê a duplicação de todo o trecho, nos dois sentidos de tráfego, com investimentos que devem superar R$ 3,6 bilhões, impactando mais de dez municípios.

A concessão da rodovia à iniciativa privada é resultado histórico de uma mobilização da ACI de Santa Cruz junto com outras 39 entidades locais e regionais. No ano passado, nas demandas entregues ao vice-governador Gabriel Souza (MDB), a ACI cobrou especial atenção às necessidades das organizações e comunidades que se encontram nas margens da rodovia e serão impactadas pela duplicação.