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Eisstocksport | Sérgio Böhm vai transmitir a gestão da Federação Gaúcha

Atual presidente está há quase dez anos à frente da FGDE
Foto: Divulgação

Um dos responsáveis pelo fortalecimento do eisstocksport no Brasil, Sérgio Luiz Böhm, está em ritmo de transmissão do comando da Federação Gaúcha Desportiva da modalidade, a FGDE. Após quase dez anos na presidência da entidade, chegou a hora de entregar o cargo que tanto honrou ao difundir o esporte no País e no mundo. A eleição da nova diretoria será neste sábado, 23, a partir das 17 horas, nas quadras da Associação Esportiva Alt Pikade, em Linha Santa Cruz.

A despedida de Sérgio já vem sendo planejada por ele mesmo há algum tempo. “Não havia sucessor definido para o cargo. Mas agora temos alguém disposto a tocar o barco adiante, o que é ótimo. Renovar é preciso”, enfatiza. Ele assumiu o posto quando da morte do então titular e idealizador do eisstocksport no Brasil, Renê Emmel, em fevereiro de 2015.

“Vimos a necessidade de dar continuidade ao legado deixado por Renê. Foi um desafio que conseguimos ao longo dos anos alcançar, sempre com a importante ajuda dos demais membros da diretoria e de todos os atletas”, destaca Sérgio. Além do Centro Cultural 25 de Julho, o eisstocksport é praticado nos clubes 15 de Agosto e Alt Pikade, ambos também de Santa Cruz do Sul; Centro de Cultura Alemã de Lajeado e Associação Esportiva de Pareci Novo.

Um dos grandes feitos de Sérgio na gestão da FGDE foi a inserção contínua da juventude no esporte.  “Ver os jovens no eisstock é o maior legado à frente da Federação ao longo destes quase dez anos”, orgulha-se. O estímulo à garotada ocorre em praticamente todos os clubes gaúchos. “Até o pessoal da Europa, quando esteve aqui por conta do Torneio Internacional da Oktoberfest, mencionou isso, que o Brasil é o país do futuro neste esporte pelo fato de ter muitos jovens praticando. E precisamos disso cada vez mais, para que possamos colher estes frutos no futuro”, observa Sérgio.

Importantes conquistas ao longo dos anos
Sérgio Böhm conta com orgulho as conquistas dos brasileiros no eisstocksport. Destaque para o título de vice-campeão mundial em Innsbruck, na Áustria, em 2014, com o quarteto formado por ele próprio, seu filho Samuel Böhm, Eduardo Schuster e Luís Eduardo Kaufmann, sob orientação do técnico Milton Bressler. Em 2018, igualmente na Copa do Mundo em solo austríaco, a atleta Marcia Reis obteve um inédito sétimo lugar no torneio individual feminino, enquanto a equipe masculina voltou às finais e terminou na quarta posição.

Em 2020, a seleção do Brasil ficou com o terceiro lugar na categoria sub-23 do Mundial de Juniores de Eisstocksport, em Regen, na Alemanha, tendo o time formado por Igor Simianer, Laura Pretzel, Luís Eduardo Kaufmann, Ana Carolina Weber e Sofia Gassen. Kaufmann e Laura ficaram entre os 12 melhores do mundo no sub-23 em 2022, na Itália. Nesse mesmo campeonato, a equipe mista adulta alcançou a quarta colocação, com Eduardo Schuster, Samuel Böhm, Rejane Böhm e Laura.

“Poderia mencionar muitos outros feitos. Todos são importantes, visto que treinamos em condições muitas vezes não ideais, pois não existe pista do gelo por aqui e, quando vamos para a Europa, temos que nos adaptar. E os europeus admiram muito essa capacidade de adaptação dos brasileiros”, ressalta Sérgio.

Para trás
Em tom de despedida, Sérgio Böhm aponta que lhe faltou, como presidente, ver o eisstock se tornar um esporte olímpico, algo que está em vias de acontecer, restando alguns trâmites burocráticos. “Seria um salto e tanto não apenas para o nosso país, como a todo o mundo. Isso porque poderíamos ir atrás de verbas do Comitê Olímpico Brasileiro e, quem sabe, incrementar a estrutura dos esportes no gelo aqui no Brasil”, projeta.

Também seria importante para angariar recursos a este esporte que é praticamente financiado pelos praticantes. “Cada viajem para a Europa tem um custo elevado. Por exemplo, para participarmos do próximo Mundial, estamos em vias de aprovar um projeto para captar recursos pelo Pró-Esporte. Mas, se fosse um esporte olímpico, poderíamos usar recursos de outros fundos. Tudo é uma evolução e aos poucos estamos indo.” Sobre o seu futuro como atleta, Sérgio pretende se dedicar ainda mais aos treinos, a fim de deixar sua marca pessoal em competições no Brasil e no exterior.