A Secretaria Municipal de Saúde está alerta e monitora constantemente o cenário das arboviroses no município, especialmente após as enchentes que trouxeram muita terra, sedimentos do leito do Rio Pardinho, e também lixo, para vários bairros de Santa Cruz do Sul. A cidade vem apresentando um moderado acréscimo no número de notificações e casos positivos de dengue nos últimos dias. Por isso, a população precisa se conscientizar e tomar cuidado dos seus pátios e casas para não deixar água parada um hábito, e não fazer apenas quando as autoridades sanitárias alertam.
Santa Cruz do Sul integrou a lista das 61 cidades gaúchas contempladas com o imunizante de nome comercial Qdenga, que atua no combate à dengue. Essa ampliação de cidades com a vacina é uma nova fase da estratégia de imunização contra a doença no Rio Grande do Sul. A dengue já fez 233 vítimas no Estado só neste ano, e já são mais de 150 mil gaúchos que estão com a doença. Em Santa Cruz do Sul, ontem as notificações de possível caso chegaram a 7.761, e os casos positivos a 2.668. Entre os dias 06 e 13 de junho o aumento de notificações foi de 128 casos, e os casos positivos eram 161, um aumento moderado desde o final de maio, que havia marcado uma redução tanto nas notificações quanto nos positivados.
O público-alvo, neste primeiro momento, são exclusivamente crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos – idades que nacionalmente concentram maior número de hospitalizações, e podem ter uma maior evolução para o quadro hemorrágico, e por isso, essa faixa etária é a indicada para receber a imunização. Em entrevista à imprensa, o coordenador adjunto da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, Edilson Telles, disse que a vacina da dengue protege contra os quatro sorotipos da doença. “A vacina é muito importante, ela evita a internação hospitalar, e um quadro agravante da dengue, que é o quadro hemorrágico, além de evitar também o óbito”, afirmou.
Para o município, foram disponibilizadas 1.755 doses. O esquema completo da Qdenga é composto por duas doses, a serem administradas com intervalo de três meses entre elas. Quem já teve dengue também deve tomar a vacina, mas a orientação é de que aguarde por seis meses após a infecção.
Segundo o enfermeiro Roger Peres, coordenador do Setor de Imunizações do município, todas as salas de vacina terão o imunizante disponível para aplicação, a partir desta quinta-feira, 13. Para receber a proteção, será necessário apresentar carteira de vacinação e documento de identidade onde conste o CPF ou o Cartão SUS. Além disso, a população deve ficar alerta para evitar o agravamento dos casos, e buscar o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas, como febre alta que surge repentinamente, além de sensação de mal estar geral, náuseas, vômitos, dor de cabeça, cansaço excessivo e manchas vermelhas na pele.
Já o titular da Secretaria Municipal de Saúde, Daniel Fernando Cruz, pede que as famílias orientem as crianças e adolescentes a buscarem a imunização, que reduz o risco de infecção sintomática e de hospitalizações pela doença. O secretário também afirma que o Setor Municipal de Vigilância e Ações em Saúde vem atuando com afinco para evitar a reprodução do mosquito Aedes aegypti, principalmente nas regiões mais afetadas pelas enchentes. “Recomendamos fortemente que a população da faixa etária indicada se vacine contra a dengue. Ela é uma ferramenta crucial na prevenção da doença, especialmente diante do número de casos e da circulação de diferentes sorotipos do vírus”, reforçou Cruz.