Clarice Pacheco
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A emergência climática tomou conta não apenas de Santa Cruz do Sul, mas também de todo o Vale do Rio Pardo e Taquari, nossos vizinhos. As chuvas fortes que caíram desde a tarde do dia 27 de abril, trouxeram destruição, incertezas e tristeza aos santa-cruzenses.
O cenário caótico que tomou conta da cidade e do interior devido aos temporais e a chuva incessante, trouxe pelo menos três mortes, quase 2.000 residências atingidas, cerca de 7.450 pessoas desalojadas e mais de 225 pessoas estavam sendo abrigadas no Parque da Oktoberfest, ponto de alojamento para quem perdeu tudo ou teve que abandonar a casa por conta das águas ou pelo perigo de desmoronamentos.
Segundo o boletim das 12 horas da Defesa Civil do Estado, desta segunda-feira,6, já são 364 municípios afetados, 20.070 pessoas em abrigos, 129.279 desalojados, mais de 873.275 afetadas em todo o Rio Grande do Sul. Há ainda 111 gaúchos desaparecidos e 83 óbitos confirmados.
Na segunda-feira, 29 de abril, o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana de Santa Cruz do Sul, José Joaquim Dias Barbosa, orientou aos moradores do bairro Várzea que evacuassem suas casas, pois o Rio Pardinho já havia encoberto a régua que mede o nível de água e começado a transbordar para fora do leito. O risco era grande, principalmente para os moradores da Praia dos Folgados e ao longo da rua Irmão Emílio.
Naquele momento, Barbosa já sinalizava que, pelo foi constatado na cabeceira do rio, em Sinimbu e outros municípios acima, havia muita água descendo em direção à Santa Cruz do Sul, com muita força destrutiva, intensificada pela forte correnteza. O que se confirmou. Logo as redes sociais foram inundadas por pedido de ajuda dos vizinhos da cidade de Sinimbu, que ficou destruída pela passagem da água. E o cenário em Santa Cruz que já estava ruim, se agravou com a elevação do Rio Pardinho, que saiu do leito destruindo casas, plantações, estradas, pontes, e muitos sonhos da população santa-cruzense.
As localidades de Rio Pardinho e Monte Alverne também foram duramente castigadas pelas chuvas e ventos. Inclusive as mortes foram registradas na localidade de Rio Pardinho.
Por aqui, durante toda a semana, equipes da prefeitura municipal, bombeiros e órgãos de segurança, além de um batalhão de voluntários, se dedicaram aos resgastes e socorro às vítimas das enxurradas, em Santa Cruz do Sul, nos distritos de Rio Pardinho, Monte Alverne, e também alcançando ajuda humanitária a cidade de Sinimbu, que foi destruída em quase sua totalidade.
Estradas e acessos
Diversas estradas e vias tiveram avarias, e precisaram ser interditadas, mas agora que o Rio Pardinho já voltou boa parte para o seu leito, elas estão sendo liberadas de pouco a pouco, após avaliações técnicas.
Nesta segunda-feira, 6, o trânsito foi liberado novamente na BR-471, no trecho entre a rua projetada 1 e o corredor Overbeck. Ele havia sido interrompido pelo asfalto ter apresentado rachaduras. Segundo a prefeitura municipal, hoje as trincas apresentadas no pavimento estão estabilizadas, mas seguirá sendo feito o monitoramento da via.
Outras vias
- Acesso Grasel – trânsito liberado nos dois sentidos, mas é preciso atenção dos condutores;
- Rua Benno Kist – trânsito liberado. Cuidado redobrado porque há buracos na pista;
- Avenida Melvin Jones – trânsito liberado, mas com cuidado. Há buracos na pista;
- Estrada Bruno Pritsch – trânsito liberado.
- Monte Alverne – trânsito liberado, mas com atenção, porque há alguns deslizamentos na pista
Já a Rua João Werlang, que é acesso ao bairro Belvedere e a Linha João Alves segue o trânsito bloqueado nos dois sentidos, devido ao risco de deslizamentos de terra. Conforme a prefeitura municipal, a população pode utilizar vias alternativas, como Estrada Bruno Pritsch, Avenida Léo Kraether, Acesso Grasel, Rua Benno Kist, RSC-287, Avenida Melvin Jones, que já estão com o trânsito liberado, assim como a Avenida Independência.