Início Geral Mobilidade urbana | Trabalhos seguem na obra do viaduto do Arroio Grande

Mobilidade urbana | Trabalhos seguem na obra do viaduto do Arroio Grande

Em novembro, após a deflagração da Operação Controle, receio era que a nova estrutura ficasse paralisada durante investigações

Primeira viga longarina de 1,5 metro de altura, 30 metros de comprimento e 31 toneladas de peso foi concretada há quase um mês
Jaime Fredrich

Fabrício Goulart
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O viaduto do Bairro Arroio Grande, em Santa Cruz do Sul, demanda antiga e considerada uma das mais importantes para a mobilidade urbana, segue o cronograma de construção iniciado. Nas próximas semanas, novas vigas longarinas deverão ser concretadas. O receio era que os trabalhos fossem interrompidos em novembro após a deflagração da Operação Controle, do Ministério Público, que investiga possíveis fraudes em licitações no município. Contudo, conforme informações da Prefeitura, “a supraestrutura do viaduto segue em execução”.
A intervenção em um dos bairros mais populosos do município foi iniciada em agosto. A obra vai ligar a Avenida Deputado Euclydes Kliemann à Avenida Presidente Castelo Branco, acesso ao Distrito Industrial. Com custo de R$ R$ 11.618.049,85, deverá estar finalizada – ainda segundo as estimativas iniciais – no segundo semestre do ano que vem, totalizando cerca de um ano de trabalho. A ação faz parte do Plano de Mobilidade Urbana lançado em 2021 pela prefeita Helena Hermany (Progressistas) e que prevê uma série de intervenções no sistema viário. Dentre elas, a duplicação do trecho municipalizado da BR-471 e a instalação de rótulas e ciclovias.
A obra prevê ainda deslocamento da rede pluvial, de redes de abastecimento de água tratada e também dos postes de média tensão; execução da estrutura do viaduto em si, fundações, pilares e estrutura pré-moldada; repavimentação das vias no entorno, paisagismo e calçadas que envolvem a área ao redor do viaduto.
A Prefeitura elaborou um plano de trânsito para a região onde a obra está sendo construída. A proposta estabeleceu rotas alternativas para quem se locomove pela região. O fluxo de veículos das avenidas Euclydes Kliemann e Paul Harris foi encaminhado para a Rua Pereira da Cunha. A Rua Amapá deixou de ser preferencial e os motoristas devem estar ainda atentos a quais pistas devem ocupar ao passarem pela região.
De acordo com o Executivo, o fluxo será mantido neste formato até a conclusão da obra. “Novos bloqueios irão ocorrer pontualmente em determinadas etapas da obra, especialmente no local de acesso ao posto de combustíveis e no entorno do Hospital Ana Nery”, afirma a secretária de Planejamento e Governança, Karianne Pacheco.

Problema crônico

A construção de um viaduto na região é reivindicação antiga de moradores, comerciantes e motoristas. Em alguns horários, principalmente no início da manhã e no final da tarde, o trânsito apresenta grande lentidão no sentido Bairro-Distrito Industrial e Distrito Industrial-Bairro, respectivamente.
Conforme com a secretária, a atual gestão está transformando uma antiga demanda em realidade. “A estrutura visa dar fim ao problema crônico dos congestionamentos em uma das áreas mais movimentadas da cidade. A estrutura foi dimensionada com 264,83 metros de extensão e projetada de modo a causar o menor impacto possível sobre o entorno”, pontua.
Para a titular, à frente da pasta desde novembro, o viaduto irá “descomplicar o trânsito”, na medida em que trará benefícios à vida de milhares de pessoas, “agilizando os seus deslocamentos” para tarefas cotidianas com mais segurança e tranquilidade: “Da mesma forma, a estrutura servirá a todos os empreendimentos da região, facilitando o transporte da produção e de insumos.”

Construção da eleva foi iniciada em agosto deste ano e provocou mudanças no trânsito
Fabrício Goulart

Concretagem

A concretagem da primeira viga longarina da superestrutura ocorreu no dia 9 de novembro, no canteiro avançado de obras do consórcio Giovanella/Porto Beton, vencedor da licitação para a execução da construção. O processo ocorreu junto ao pátio da Indústria Zuchetto, em Santa Cruz do Sul.
A peça foi a primeira de um total de 20. Com 1,5 metro de altura e 30 metros de comprimento, cada peça recebe 13 metros cúbicos de concreto, o equivalente a 31 toneladas. As vigas são armadas com ferragem e estão sendo preparadas em berços específicos para a sua produção.

O plano de mobilidade

Apresentado pela prefeita Helena Hermany em 2021, a iniciativa do viaduto do Arroio Grande faz parte do “maior plano de mobilidade urbana da história da cidade”. Segundo os dados apresentados, Santa Cruz do Sul possui uma das maiores taxas de motorização do Rio Grande do Sul, com cerca de oito veículos para cada dez habitantes. De acordo com a prefeita, à época, as intervenções deverão atingir vários bairros e localidades do interior, em um olhar “abrangente e cuidadoso com todo o município”.
Além do viaduto do Bairro Arroio Grande e da duplicação do trecho municipalizado da BR-471, o plano prevê, dentre outros, o incentivo do transporte não motorizado. Para isso, deverão ser implementados 5,9 quilômetros de ciclovias aos 20,8 quilômetros que a cidade possui.