Promovida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, por meio do Departamento de Governança e Sistemas Produtivos, foi realizada, em formato híbrido, a Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, nesta quarta-feira, 25 de outubro, em Porto Alegre.
Romeu Schneider, presidente da Câmara, abriu o encontro e listou a série de agendas com ministérios e a recente participação em audiência pública realizada pela CONICQ para abordar as preocupações em torno a 10ª Conferência das Partes (COP 10), da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), que acontece de 20 a 25 de novembro, no Panamá.
Iro Schünke, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), apresentou os resultados da pesquisa realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS), sobre o Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil. “Recebemos muitas críticas por parte dos antitabagistas, que afirmam que o produtor vive em situação de vulnerabilidade. Mas a realidade confronta essas afirmações. Segundo mostra a pesquisa, 80% dos produtores de tabaco enquadram-se nas classes A e B, enquanto a média geral brasileira não chega a 25%”, destacou. Os principais resultados da pesquisa estão disponíveis em: www.sinditabaco.com.br
“Os números são extremamente positivos e, apurados de uma forma independente, por uma entidade respeitada e idônea, e que contrapõem sobremaneira informações que ainda vemos circular sobre o setor”, ressaltou Schneider que apresentou na sequência informações sobre a última safra. Segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), dos 1.191 municípios da Região Sul do Brasil, 490 produziram tabaco na safra 2022/23. O total de famílias envolvidas chega a 125 mil, com renda bruta estimada em quase R$ 11 bilhões.
“Comparativamente, o rendimento de um hectare de tabaco equivale a 6,37 hectares de soja e de 7,66 hectares de milho. Esse resultado é importante para pequenos produtores e explica porque muitos deles optam pelo tabaco, considerando o perfil da agricultura familiar e o fato de que muitos deles produzem em terrenos acidentados, que não são passíveis de mecanização ou de ampliação de área”, comentou Schneider.
EXPORTAÇÕES
O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, apresentou os resultados das exportações entre janeiro e setembro de 2023. Segundo informações do MDIC/ComexStat, até setembro o Brasil exportou 369.604 toneladas e US$ 1.959.657 milhões, o que representou -10,12% e 20,22%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de 2022. Schünke avalia que o resultado está dentro do esperado, conforme pesquisa realizada pela consultoria Deloitte, que apontou tendência de -6 a -10% no volume. Já em divisas, a expectativa é de chegar próximo aos US$ 3 bilhões até o final do ano. Os principais países importadores no período são Bélgica, China e Estados Unidos, Indonésia, Turquia e Emirados Árabes.
Ainda de acordo com o executivo, os números corroboram a tendência de estabilidade da posição brasileira no mercado mundial. “Utilizamos uma média histórica porque alguns anos sofrem interferências logísticas que não podem ser previstas, como foi o caso da Covid-19. Nos últimos anos, em média, 90% do produto é exportado e temos embarcado em torno de 500 mil toneladas, o que gera US$ 2 bilhões em divisas anualmente. Isso desfaz a ideia de que a demanda tem diminuído e demonstra que, se não tivermos interferências negativas, seja por meio do aumento de impostos ou de novas regulações, certamente seremos referência no mercado mundial por muitos anos, comentou Schünke.
CLASSIFICAÇÃO NA PROPRIEDADE
A Lei da Classificação do Tabaco na propriedade (Lei 15.958/23) também foi pauta do encontro. A implementação da legislação preocupa algumas entidades do setor e deve ser tema de audiência pública que ocorre no Plenarinho da Assembleia Legislativa gaúcha, no dia 1º de novembro.
ABERTURA DA COLHEITA
A Abertura da Colheita do Tabaco faz parte dos eventos oficiais do Estado e a expectativa é de que seja realizado no Parque da Expoagro Afubra, no município de Rio Pardo, no dia 1º de dezembro, com a participação de autoridades. Ficou registrado pelo grupo o pedido para que o governador do Estado, Eduardo Leite, participe do momento, celebrando a abertura de mais uma safra.
Sensibilizar o governo federal quanto às definições
A Câmara Setorial do Tabaco do Rio Grande do Sul realizou na manhã de quarta-feira, 25, sua reunião. Ao iniciar, o coordenador Romeu Schneider lembrou as audiências e reuniões realizadas nos estados do Sul e também em Brasília, para tentar sensibilizar o governo federal quanto às definições que serão levadas à COP 10. “São formas que encontramos para tentar levar ao Governo do Estado informações corretas sobre o setor”.
Sobre a produção de tabaco no Rio Grande do Sul, Schneider lembrou que a produção sul-brasileira da safra 2022/2023 chegou a 605.703 toneladas. O Rio Grande do Sul produziu 256.947 toneladas, uma participação de 42,4%, com 64.761 famílias produtoras, em 117.675 hectares. A receita bruta do tabaco, valor recebido pelos produtores, no Sul do Brasil, foi de R$ 10.977.929.575,49. Neste total o Rio Grande do Sul participou com R$ 4.632.146.279,32, o que representa 42,2%. O preço médio praticado no Estado foi de R$ 18,03. “Para se obter a mesma lucratividade de um hectare de tabaco é preciso 6,37 hectares de soja e 7,66 de milho”.
O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke apresentou o Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil – edição 2023 (a última tinha sido realizada em 2016). A pesquisa foi realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cepa/Ufrgs). Sobre as exportações, Schünke, revelou que, em termos de volume, houve redução de 10,12%; foi exportado, de janeiro a setembro, 369.604 toneladas. Porém, em valor, US$ 1.959.657 milhões (20,22% a mais).
Schneider lembrou que a Lei de Classificação na propriedade, no Rio Grande do Sul, entra em vigor na safra 2022/2023. O deputado estadual Zé Nunes, autor da lei, afirmou que, na atividade primária, o tabaco é a que mais distribui renda. “Estamos sempre abertos à diálogos de construção. Certamente, nesse primeiro ano teremos problemas e serão necessários ajustes. Mas, com boa vontade a gente consegue”.
A última pauta da reunião abordou a Abertura Oficial da Colheita do Tabaco no Rio Grande do Sul, marcada para o dia 1º de dezembro, no Parque da Expoagro Afubra, em Rio Pardo. “A lavoura de tabaco está se desenvolvendo e esperamos a presença do Governador neste dia que integra o calendário de eventos do Estado”, disse Marco Antonio Dornelles, secretário da Afubra.
Representando a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Paulo Lipp João, levantou a questão da irrigação no tabaco. “Aqueles que tem interesse de colocar irrigação nas suas lavouras a secretaria tem um edital ainda em aberto. É só entrar em contato com a Secretaria”.