Fabrício Goulart
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O impacto da construção civil no Rio Grande do Sul foi uma das questões levantadas pelo presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), engenheiro Claudio Teitelbaum, na edição de outubro da tradicional reunião-almoço Tá na Hora. Promovido pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul, o evento ocorreu no restaurante do Hotel Águas Claras e abordou o tema “As perspectivas da Indústria da Construção Civil no RS”.
Segundo Teitelbaum, somente no Estado, a construção civil emprega em torno de 120 mil empregos diretos, com carteira assinada. Contudo, levando em consideração todo o entorno, a perspectiva varia de 700 a 800 mil empregos. “A construção civil impacta 97 outras cadeias produtivas”, afirma, ressaltando a importância econômica da área, tida como grande impulsora de outros setores.
Durante coletiva de imprensa, o presidente abordou ainda a questão política no Brasil, tida como incerta pela categoria durante as eleições presidenciais no ano passado. “O risco político ainda é grande. Temos uma alta taxa de juros, que apesar de chegar a 11,75%, ainda é muito alta no setor. Esperamos, ao final do ano que vem, chegar a uma taxa de 9%”, aponta.
Para ele, taxas de juros mais competitivas só irão surgir se o governo federal conseguir diminuir os gastos públicos e conseguir aprovar as reformas estruturantes em andamento no Congresso Nacional. Nesse sentido, Teitelbaum aponta a necessidade urgente de uma reforma administrativa junto à tributária: “Deixar mais enxuta a estrutura, com um Estado mínimo e necessário para atender às demandas, e não colocando mais gente trabalhando.”
Minha Casa Minha Vida
Outro assunto comentado foi o programa Minha Casa Minha Vida, retomado pelo governo Lula. De acordo com o presidente, o setor está “vendo com bons olhos”. “Inclusive com esse aumento da faixa indo até R$ 350 mil. Isso vai dar um outro impacto, porque são taxas de financiamento mais competitivas, que não são tão altas como do Sistema Financeiro de Habitação, o SFH”, garantiu.
Para o engenheiro, é importante, entretanto, que os recursos sejam liberados de forma igualitária para os Estados, de forma a todos serem beneficiados: “Precisamos que o Rio Grande do Sul receba, e também as cidades daqui, para atender essa fatia da população que precisa realmente. Não é um upgrade de apartamento, essas pessoas realmente precisam de algo nessa faixa.”